PM suspeito de agredir policiais femininas foi retirado do curso, mas segue na polícia

Cabo da Polícia Militar de Tocantins, Rafael Ferreira Martins, é suspeito de agredir policiais femininas durante curso promovido pela Secretaria de Segurança do Ceará. — Foto: Divulgação

O cabo da Polícia Militar de Tocantins Rafael Ferreira Martins, investigado por agredir policiais femininas com ripa de madeira em um curso tático promovido pela Secretaria da Segurança do Ceará, foi retirado do treinamento no mesmo dia que uma das agentes denunciou o caso, mas segue trabalhando como policial no seu estado de origem.

As agressões vieram à tona após uma publicação feita por uma policial civil do Maranhão, que divulgou fotos das nádegas com hematomas e questionou a ação do instrutor, que teria sido motivada pelo sumiço de um pedaço de pizza. A vítima relatou que pelo menos outras 21 mulheres que estavam na formação, realizada em Fortaleza, também foram agredidas.

Cabo Rafael esteve presente na 3ª edição do Curso Tático Policial Feminino até o dia 8 de junho, mesma data da agressão relatada pela vítima. Uma fonte policial, que terá a identidade preservada, informou ao g1 que o instrutor foi afastado do curso antes do previsto, por conta da denúncia.

O agente ministra formações de treinamento militar há alguns anos. Entre os cursos que ele possui está o de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Pará, que o fez integrar a Companhia de Operações Especiais (CIOE) da Polícia Militar do Tocantins, estando “habilitado para atuar em ocorrências de altíssima complexidade”, segundo consta site do Governo de Tocantins.

A Polícia Militar do Tocantins informou que irá apurar o caso e esclareceu que a supervisão do referido curso “coube exclusivamente à instituição Promotora do evento, a qual, inclusive já está apurando os fatos devidamente”.

“Ao tomar conhecimento das informações por meio da imprensa, entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Governo do Estado do Ceará, solicitando toda a documentação existente sobre o caso, para avaliação. A Polícia Militar repudia veementemente qualquer desvio de conduta e/ou excesso direcionado a qualquer pessoa, praticado por policial militar, em razão da função ou fora dela e reafirma seu compromisso com a ética, a transparência e o respeito aos direitos humanos”, disse a Polícia Militar de Tocantins.

Vítima está fazendo tratamento

 

A polícia que denunciou as agressões do instrutor disse estar fazendo tratamento psicológico para lidar com o trauma.

“A agressão dói na hora, mas o que fica é a dor psicológica. Dói e te move a fazer o que estou fazendo. Não tem sido fácil. Eu saí do curso, mas o curso não saiu de mim até hoje. Estou em tratamento (terapêutico)”, disse ao g1.

O curso de quatro semanas foi promovido pela Secretaria da Segurança do Ceará para treinamento de mulheres militares de Pernambuco, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí. Mesmo após a denúncia, o treinamento segue, com previsão de encerramento no dia 30 de junho.

A formação tem como proposta treinamento de defesa pessoal, técnicas operacionais policiais, salvamento, entre outros procedimentos.

Inquérito policial

Conforme adiantou o g1, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que tomou conhecimento da denúncia de agressão durante o curso e diz que abriu uma investigação para apurar o caso.

“A Secretaria da Segurança ressalta que um inquérito policial para apurar o fato foi instaurado na Delegacia de Defesa da Mulher, onde foram realizadas oitivas e a vítima recebeu todo acolhimento, além de ser encaminhada para a realização de exame de corpo de delito”, diz a pasta.

Fonte: G1

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