PC conclui inquérito e indicia 12 pessoas por morte de torcedor do CSA

PC/AL

A Polícia Civil de Alagoas concluiu o inquérito que investiga a morte do torcedor do CSA, Pedro Lúcio dos Santos, que entrou em óbito no mês passado no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser agredido por golpes de barra de ferro em um churrasquinho localizado nos arredores do Estádio Rei Pelé, após partida entre CSA e Confiança, pela Série C do Campeonato Brasileiro.

Durante coletiva de imprensa, concedida na manhã desta quinta-feira, 22, os delegados Lucimério Campos e Rosimeire Vieira informaram que doze pessoas, entre elas dois adolescentes, foram indiciadas pelo crime. Destas, quatro estão presas e seis estão com mandados de prisão em aberto e seguem foragidas.

“O inquérito foi concluído nos últimos dias e chegamos a identificação de 12 pessoas, sendo dois adolescentes. Concluímos que o Pedro Lúcio foi uma vítima aleatória e a morte foi motivada apenas pelo fato dele está nas imediações do estádio trajando a camisa do time para o qual torcia. Eles justificaram o ato alegando que era uma retaliação já que meses antes um membro da torcida Comando Alvirrubro foi agredido e eles viram ali uma oportunidade de cobrar este ataque”, informou a delegada Rosimeire Vieira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.

A delegada relatou ainda que o ataque a torcedores rivais foi planejado com antecedência uma vez que o grupo criminoso realizou a locação de veículos para o dia do crime. “Na ação criminosa, existiam dois veículos e algumas motocicletas. Com o avançar das investigações, conseguimos identificar todos os ocupantes destes carros e alguns das motocicletas. O grupo criminoso orquestrou este ataque. Dias antes, eles se organizaram, locaram os veículos, criaram grupos de WhatsApp para marcar encontros. Tudo foi previamente orquestrado”, disse.

Reprodução

Pedro Lúcio dos Santos

Além de Pedro Lúcio, no dia do crime, o grupo fez outras vítimas em outros pontos da cidade. “Naquele dia de posse dos veículos locados, eles passaram a transitar pelas ruas das cidades. Trafegaram na parte alta, onde chegaram a espancar uma pessoa. Eles já foram indiciados também por este crime por outra delegacia responsável por investigar o fato. Depois, seguiram rodando pela cidade. Em um determinado local,  encontraram outro torcedor, rasgaram a camisa do rapaz apenas porque era do time rival. Após todo episódio, seguiram para sede da torcida onde ficaram aguardando ao final do jogo. Depois, se dirigiram para localidade com a intenção de encontrar alguém e agredir. Eles encontraram o Pedro, que tentou se esconder atrás de uma árvore, mas foi perseguido e alcançado. Pedro foi agredido e o laudo descreve várias lesões, inclusive perda das falanges dos dedos”, contou a delegada.

Dez membros do grupo irão responder por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e sem chance de defesa além de corrupção de menores. Os adolescentes serão responsabilizados por ato infracional análogo a homicídio duplamente qualificado.

Grupo Multidisciplinar 

Durante a coletiva, o delegado Lucimério Campos ressaltou que a Secretária de Segurança Pública (SSP) montou um grupo multidisciplinar composto por membros da Polícia Civil, da Polícia Civil, do Ministério Público Estadual e da Federação Alagoana de Futebol com o intuito de investigar as torcidas organizadas.

“Estamos realizando uma investigação voltada a esta organização criminosa porque estas torcidas têm um viés de cometimento de crime. Elas trazem uma imagem negativa para o clube, sequestram as imagens do time  e  acaba sendo palco de envolvido de diversas espécies criminosas. Estes crimes são praticados também por dirigentes destas torcidas e a população não aguenta mais. A Segurança Pública não irá deixa isso desta forma. Cada caso está tendo a investigação aberta e as torcidas estão sendo objeto de investigação por conta de envolvimento com crimes. A gente também não enxerga nestas torcidas fins filantrópicos ou causas sociais. Elas existem hoje somente para praticar crimes. Inclusive, o Ministério Público proibiu que os membros entrem em estádios trajados com as camisas dos times. Então, como estão proibidas de irem aos estádios, sobrou a prática de crime. A intenção é banir estas organizações, pois não trazem nenhum benefício à sociedade”, finalizou o delegado.

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