Criado apenas pelo pai, que é acusado de sequestrá-lo, o adolescente que foi reencontrado pela avó após 15 anos no último mês nunca foi à creche ou à escola. O reencontro do adolescente pela dona de casa Maria Salvadora, de 60 anos, foi mostrado com exclusividade pelo g1 e pelo RJ2 nesta segunda-feira (26).
O adolescente também não tem certidão de nascimento, carteira de idade, CPF ou carteira de vacinação. Desde que se lembra, pergunta pela mãe, a dona de casa Viviane Machado Modesto da Silva, que está desaparecida desde os primeiros anos de sua infância, após ser vista pela última vez com ex-marido Marcos Paulo da Silva Pinto.
Em outubro de 2008, o jovem estava na iminência de completar 2 anos de idade quando foi levado pelo pai, Marcos Paulo da Silva Pinto. Durante todo esse tempo, ele foi criado apenas pelo pai e a madrasta e nunca teve contato com a mãe.
Há um mês, após receber um telefonema com a localização, sua avó materna o encontrou em uma casa humilde de um bairro de Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana do Rio, e agora segue na luta para tentar desvendar o paradeiro da filha.
“Se tinha arroz para almoçar, não tinha pra jantar. Se tinha pão para comer, tinha que dividir com todo mundo. Ele estava passando fome. O meu neto disse que estava passando fome”, relata Maria.
A polícia disse que o registro de cárcere privado foi investigado pela Deam de São Gonçalo e que em 2014 foi encaminhado ao Ministério Público que recomendou o arquivamento do processo, o que foi aceito pela Justiça.
O registro de desaparecimento, feito em 2018, foi encaminhado para a Delegacia de Búzios na época. Em maio deste ano, o menino foi localizado, ouvido e o inquérito encaminhado ao Ministério Público.
Procurado, o Ministério Público ainda não respondeu aos questionamentos.
Ministério envolve desaparecimento
O mistério do desaparecimento de Viviane Machado Modesto da Silva envolveu sequestro, ameaça e descaso e durou quase 15 anos. Ela foi vista pela última vez na companhia do ex-marido, de quem se separou por ter uma relação abusiva.