Ronaldo revela conversa com São Paulo e plano de unir Corinthians e Palmeiras em novo bloco por liga

FIFA

Ronaldo Fenômeno está trabalhando nos bastidores para ampliar os clubes que fazem parte do “Grupo União”, novo bloco que surgiu para discutir a criação de uma liga no futebol brasileiro. O Cruzeiro, do qual o astro é dono da SAF, já tem a seu lado o Botafogo e o Vasco e tentará aproximação com times que estão hoje na Libra e na Liga Forte Futebol (LFF).

O ex-atacante concedeu entrevista ao rapper Mano Brown, no podcast “Mano a Mano”, e falou sobre o que era, até então, a intenção de criar um bloco. Hoje, o União já existe, e Cruzeiro e Botafogo, inclusive, já assinaram acordo com os fundos de investimento Serengeti Asset Management e Life Capital Partners (LCP), os mesmos que negociam com o Forte.

“Cada um tem uma desculpa, fala uma coisa, aí bota culpa no conselho e a gente não olha para a frente. E vamos perder mais um ciclo de venda de direito de televisão em conjunto. Aí vai negociar cada um por si, porque não vai ter entendimento. Está longe de ter um entendimento entre as partes”, disse Ronaldo, sobre o “racha” entre Libra e LFF.

Cruzeiro, Botafogo e Vasco, todos clubes que já tem seu futebol comandado por SAF, se afastaram dos dois blocos. O Coritiba, que também virou SAF, pode seguir o mesmo caminho. Ronaldo, no entanto, quer ir além e já conversa com o São Paulo, segundo ele. Corinthians e Palmeiras, que estão na Libra, e Atlético-MG, no Forte, são outros “alvos”.

“Nós do Cruzeiro, Botafogo e Vasco demos um passo atrás, falamos que não estamos com grupo nenhum. E na minha cabeça estou querendo criar um novo bloco para venda centralizada. Vou criar um bloco meu. O Botafogo já está dentro, o Vasco também, é possível trazer o Corinthians e o São Paulo, que a gente está tendo conversa. Quero falar com a Leila (presidente do Palmeiras) e com o Atlético-MG para fazer um novo bloco muito forte para negociar esses direitos.”

“A gente não está olhando o futuro como a gente tem que olhar, com o carinho e o respeito com o torcedor que precisamos ter. Temos obrigação de melhorar a indústria do futebol. Estamos parados no tempo, com uma discussão boba de quem ganha mais ou menos, quanto é a minha parte.”

O Forte Futebol reúne 26 clubes do futebol nacional. A maioria deles já assinou acordo com o Serengeti a LCP para negociar 20% dos direitos comerciais e de mídia pelos próximos 50 anos, a partir de 2025, por um valor de R$ 2,3 bilhões. O Atlético-MG, citado por Ronaldo, ainda não, assim como Internacional, Náutico e ABC. A Libra, por sua vez, negocia o aporte bilionário com outro fundo, o Mubadala.

“Todos os clubes vão ganhar muito mais dinheiro com isso, mas a gente não avança. Tem quase dois anos que a CBF autorizou a criar uma liga e a gente não consegue. No início do ano passado trouxe o presidente de LaLiga para falar com todos os presidentes aqui em São Paulo. Explicou como funcionava, como era o acordo, tudo explicado direitinho. O que a gente ia fazer? Copiar e colar o modelo espanhol, que é de sucesso e justo. Mas eu, ex-jogador, proprietário do Cruzeiro, novo na função de dirigente… Os caras olharam para mim e falaram: que que esse cara está fazendo? Ninguém quis nem discutir esse projeto. Passaram alguns dias, os dois lados apresentaram novos blocos, buscaram fundos, mas acho muito difícil que a gente encontre uma solução para o próximo ciclo, que é no começo de 2025.”

A grande questão que tem impedido os avanços em qualquer aproximação entre Libra e Forte envolve o dinheiro dos direitos de transmissão e a forma como isso será dividido entre as equipes.

“Tem a discussão da liga acontecendo agora, e tem dois blocos. A maior discussão é o tamanho da pizza e a fatia para cada um dos clubes. O que eu falo nessas reuniões é seguinte: a gente está perdendo tempo e dinheiro discutindo isso. Na criação da liga, a gente vai padronizar os gramados no Brasil, padronizar transmissão com iluminação de LED para 4k. Isso é uma imagem que vai para o mundo todo. A gente vê imagem praticamente escura de um jogo. Melhorias de infraestrutura, tanto estádio quanto centro de treinamentos, e uma série de outras coisas.”

“São dois blocos com dois fundos querendo pagar bilhões e os clubes não se entendem para pegar esse dinheiro. Não entra na minha cabeça a gente não se entender, não profissionalizar o futebol e aumentar a receita da indústria do futebol. A receita do futebol brasileiro hoje é 0,7% do PIB brasileiro. Sem medo de errar, falei isso com o Fernando Haddad (Ministro da Fazenda) quando fui a Brasília: a gente pode facilmente chegar a 3% do PIB brasileiro. É muito dinheiro e os clubes não se entendem para a gente pegar esse dinheiro que está voando. Está voando.”

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