O Corpo de Bombeiros confirmou, na tarde desta sexta-feira (7), a terceira morte após o desabamento de parte de um prédio em Paulista, no Grande Recife. De acordo com a corporação, o corpo de uma mulher de 43 anos foi retirado dos escombros. Mais cedo, um homem de 45 anos e um adolescente de 12 foram encontrados sem vida.
Em boletim divulgado às 15h, o Corpo de Bombeiros informou que chegou a 20 o total de pessoas atingidas. Dessas:
- 10 estão desaparecidas, sendo dois homens e duas mulheres, além de seis crianças e adolescentes;
- Três foram resgatadas com vida;
- Três morreram;
- Quatro foram encontradas com vida fora da edificação.
O desabamento aconteceu às 6h07, na Rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima, no bairro do Janga. O prédio faz parte do Conjunto Beira-Mar, que, segundo a prefeitura, estava interditado por ordem judicial desde 2010.
A primeira morte confirmada foi do homem de 45 anos. A segunda foi do adolescente de 12 anos. Os nomes não foram divulgados.
Por volta das 15h, um jovem de 18 anos, identificado como Deivson, foi resgatado com vida e levado para o Hospital Miguel Arraes, também em Paulista. Além dele, outras duas pessoas foram retiradas vivas.
A primeira pessoa a ser retirada dos escombros foi uma mulher de 65 anos, que também foi encaminhada ao Hospital Miguel Arraes. Segundo a unidade de saúde, ela foi submetida a exames e o estado de saúde dela é estável.
Outra vítima resgatada foi uma adolescente de 15 anos. Um vídeo mostra o momento em que moradores tentam tirá-la dos escombros (veja vídeo abaixo). A jovem foi levada para o Hospital da Restauração (HR), no Derby, no Centro do Recife. Ela passou por exames de imagem e tem quadro de saúde estável. Segundo o HR, ela segue internada em observação.
Segundo o Corpo de Bombeiros, um dos blocos do Conjunto Beira-Mar desabou totalmente, com 16 apartamentos, e outro parcialmente, afetando oito unidades..
“É diferente de um deslizamento [de terra]. Aqui, vários bolsões de ar são formados com a queda do concreto. Então, a gente tem esperança de resgatar mais pessoas com vida. O cão [farejador] é um parceiro fundamental para a nossa operação. A gente faz o procedimento e tenta manter contato com essas vítimas, e tivemos com sucesso agora”, disse o coronel Robson Roberto.
Desabamento
De acordo com a prefeitura, o prédio estava interditado por ordem judicial desde 2010. No entanto, foi reocupado de forma irregular em 2012.
Esse tipo de prédio, que é popularmente conhecido como “prédio caixão”, tem térreo e três andares e, em cada pavimento há quatro apartamentos. O edifício estava interditado por ordem judicial desde 2010, de acordo com a prefeitura de Paulista.
Uma nova vistoria foi realizada em 2018, confirmando a necessidade de interdição. Mesmo com o novo laudo, os ocupantes continuam no prédio. Não há informação se as pessoas estavam em algum programa habitacional ou se recebiam algum tipo de suporte para deixarem o local de risco.
Ao todo, 50 bombeiros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Defesa Civil de Paulista e 40 voluntários atuam no local em busca das vítimas.