Um dos produtores musicais mais próximos de Gal Costa defendeu a cantora após as revelações dos indícios de que a artista vivia uma relação abusiva com sua companheira e empresária Wilma Petrillo. O discreto relacionamento entre uma das maiores cantoras da história da música brasileira e da agora viúva ganhou os holofotes de um drama depois da publicação de uma matéria da revista Piauí. Assinada pelo repórter Thallys Braga, a reportagem detalha os diversos golpes que teriam sido aplicados por Wilma em contratantes de shows, amigos e na própria Gal, que morreu em novembro de 2022, além de acusações de assédio por parte de funcionários.
Depois da repercussão da notícia, alguns internautas passaram a questionar por que Gal permaneceu anos ao lado de Petrillo. Pelo Instagram, o produtor Marcus Preto defendeu a cantora.
“Entendi isso na última semana: quase ninguém faz ideia dos mecanismos perversos de uma relação abusiva. A vítima é sempre culpabilizada. E aparecem duas perguntas: ‘Mas se sicrano era tão terrível assim, por que fulano não botava ele para correr?’. ‘Mas a família não fez nada para ajudar? Nem os amigos?’. É preciso que as pessoas saibam (ou se lembrem) do que acontece de fato: Fulano não CONSEGUE botar ninguém para correr. Até porque ele nem sabe que está em uma relação abusiva. Por mais que tentem, nem os amigos e nem a família tem força para tirá-lo dali”, ressaltou o produtor, na rede social.
Veja abaixo algumas das acusações contra Wilma, que começou a se relacionar com Gal na primeira metade dos anos 1990.
Atritos físicos
No apartamento de Gal Costa, na Alameda Itu, em São Paulo, em 2015, um funcionário diz ter presenciado um momento de violência entre a artista e a empresária. Com dívidas que não paravam de chegar, Gal perguntou que tipo de empresária era Wilma. Ela argumentou que a cantora estava “velha” e não despertava o interesse de mais ninguém, o que desencadeou uma discussão acalorada.
Diogo Vilela
O ator foi uma das pessoas que teria levado um golpe da viúva de Gal. Apesar de não querer “falar absolutamente nada sobre essa senhora”, amigos contaram à reportagem da “Piauí” que ele foi lesado na venda de um imóvel. Por Wilma ser amiga de amigos, Diogo pensou não serem necessários acordos legais e confiou em pactos de boca – que não foram cumpridos.
Gordofobia
Wilma Petrillo também fazia comentários preconceituosos sobre o peso de Gal Costa, segundo a médium Halu Gamashi. Ela presenciou, antes de um show, a empresária perguntar se a cantora não “sentia vergonha por estar tão gorda”. “Você está pensando que é quem, Nana Caymmi?”. Segundo Halu, Gal não reagia às provocações.
Mentira para Ney Matogrosso
O repórter conversou com Ney Matogrosso e dele ouviu a seguinte história. Um dia, no aeroporto, Gal e Ney se encontraram e ela perguntou: “Você não gosta mais de mim?”. O motivo da curiosidade era o fato de ela tê-lo convidado duas vezes para dirigir um show e ele sempre ter negado. Ney disse que é mentira. Recebeu apenas um convite, pediu o disco para entender o projeto, mas nunca o recebeu. O que veio foi apenas uma ligação de Wilma tempos depois, dizendo que não haveria tempo hábil para ele tocar o projeto.
Depois de explicar isso, sem citar o nome da mulher da cantora, Gal disse: “Eu sei que foi ela”.
Assédio no ambiente de trabalho
Há diversos relatos de assédio promovidos por Wilma, sócia da Baraka Produções, no escritório da empresa em São Paulo. Ela chegava a trabalhar nua da cintura para cima, nos dias de calor, quando havia outras pessoas na sala. Era comum também chamar funcionários de “imbecil”, “burra” e controlar o uso do banheiro.
Crítica a Marília Mendonça
Na tentativa de manter Gal Costa relevante musicalmente, o produtor Marcos Preto traçou uma estratégia de colocar a baiana em contato artístico com novos nomes da música nacional. Essa era a proposta do disco “A pele do futuro”, lançado pela Biscoito Fino em 2018. Na faixa “Cuidando de longe”, Gal dividia os vocais com Marília Mendonça. Segundo Preto, Wilma teria reclamado, dizendo não entender “por que chamaram aquela caipira”.