‘A Copa mais diferente de todas’: Pia fala de preparação, montagem do time e o que espera da seleção no Mundial

Thais Magalhães/Confederação Brasileira de Futebol

Falta muito pouco para o início da Copa do Mundo feminina. Com a abertura na próxima quinta-feira (20), e a seleção brasileira estreando no próximo dia 24, os últimos ajustes começam a ser feitos.

Em entrevista exclusiva à ESPN, a técnica Pia Sundhage avaliou a nova edição do Mundial como ‘muito diferente das outras’.

“Eu diria que quando se trata de torneios como a Copa do Mundo ou as Olimpíadas, tudo se resume a se preparar para o sucesso. E isso é diferente. Então, tudo o que aconteceu no início da preparação, como estamos agora, você anseia por algo quando realmente importa, quando o resultado realmente importa”, disse.

“Antes você olhava mais para o desempenho do que para o resultado, mas agora é hora de dar um passo à frente e fazer com que funcione. Então, é diferente agora. E essa Copa do Mundo é muito diferente das outras, porque você tem mais equipes e em dois países e assim por diante”, completou.

Pia ainda avaliou a preparação da equipe, citando os últimos ajustes do time e exaltando o clima que se está vivendo nos bastidores.

“Bem, acho que o grupo agora está em uma boa posição. Elas riem muito. Elas correm muito. Elas também tentam marcar gols. Então, a atmosfera é muito importante. E, você sabe, estar aqui em Brisbane, bom tempo, ótimo campo, não poderia ser melhor”, afirmou.

A treinadora sueca, questionada sobre a partida contra o Panamá, destacou que a preparação, no momento, engloba também França e Jamaica, outras seleções do grupo, mas ressaltou o respeito pela primeira adversária.

“No momento, é claro que estamos observando as três equipes. No final do dia, o mais importante agora é se preparar para o Panamá. E acho que é importante mostrar respeito pelo torneio e pelo Panamá, porque é isso que estou fazendo. Elas não são tão bem rankeadas quanto nós”, avaliou.

“E se você começar a tomar qualquer coisa como garantida, você perderá. E é por isso que é tão excitante. Para competir no mais alto nível, você tem que manter o foco. Você também precisa aproveitar o momento e não ficar muito estressado”, acrescentou.

A chave da seleção

A necessidade de foco também foi destacada por Pia Sundhage. A treinadora apontou que ‘a chave’ para a equipe será estar mentalmente presente, dentro e fora dos gramados.

“Acho que a chave para nós é estar presente. Quero dizer que quando estamos treinando, você está focado, você abraça a ideia, você tenta fazer o seu melhor. E em vez de pensar em ‘eu vou ganhar o grupo ou não’, devemos dar uma olhada em cada jogo. Então, o primeiro foco é o Panamá. Isso é uma coisa. E é o nosso trabalho garantir que isso aconteça. E a outra coisa é, não tome nada como garantido”, destacou.

“Sim, temos alguns ataques fantásticos lá fora. E. Sim, isso é muito importante. Não tome isso como garantias. Não aceite isso. Normalmente marcamos gols em cobranças de falta ou qualquer outra coisa. Você realmente tem que jogar futebol o tempo todo. Eu acho que isso é uma das coisas mais importantes”, continuou.

Os outros mundiais

Como jogadora, Pia esteve com a seleção da Suécia na primeira edição da Copa, em 1991. A treinadora falou sobre a sensação daquele momento e traçou um paralelo com o atual modelo da competição.

“Eu me lembro do fato de que queríamos e lutávamos por competir e competir em todo o mundo. Dez anos antes, tínhamos o Campeonato Europeu e assim por diante. Mas agora é o mundo. O mundo se unindo e ‘veja quem é o melhor time do mundo’. E eu me lembro de como tudo era simples. Nós não fizemos nenhuma entrevista para começar. Tivemos muito tempo, e o arranjo para tudo foi muito diferente”, relembrou.

“Então, se você olhar para a equipe que eu tenho agora, e se você olhar cada treino, esse era o caso naquela época. E uma coisa que sai é que jogamos (Suécia) contra a Alemanha e vencemos esse jogo. Isso foi enorme. Mas também lembro que jogar contra a China, foi nas quartas de final e era muita gente. Estava alto e eu lembro que há muitas câmeras por aqui. Na verdade, eles estavam em campo no aquecimento”, seguiu.

“E então eu pensei, ‘ok, as pessoas sabem que a Copa do Mundo está acontecendo’. E sim, esse foi o começo. E depois disso, acho que todas as Copas do Mundo, você sabe, dão alguns passos e o jogo está melhorando, mas também o arranjo, a mídia e tudo está muito, muito diferente”, finalizou.

Pia ainda atuou nas duas edições seguintes do torneio. Como treinadora, iniciou a carreira em 2003. Em 2007, foi assistente na seleção da China, mas seu primeiro Mundial foi em 2011, quando perdeu a final para o Japão comandando os Estados Unidos. Quatro anos depois, comandou a Suécia ficando na terceira posição.

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