Médico investigado por crimes sexuais teria oferecido masturbação a paciente: ‘sabe onde é o seu ponto G?’

Ginecologista é investigado pela Polícia Civil, após três mulheres registrarem denúncias de abusos contra ele na 6ª delegacia que fica no bairro de Brotas, em Salvador.

O ginecologista Elziro Gonçalves de Oliveira, de 71 anos, investigado por crimes sexuais, teria oferecido masturbação a uma paciente, há 10 anos, no centro médico do plano Caixa Assistência dos Empregados do Baneb (Casseb), em Salvador. O profissional é investigado pela Polícia Civil, após três mulheres registrarem denúncias de abusos na 6ª Delegacia Territorial (DT), no bairro de Brotas.

Segundo a paciente, que preferiu não revelar a identidade, ela tinha acabado de passar por uma separação em um relacionamento quando foi a uma consulta com o ginecologista. Durante o atendimento, Elziro Gonçalves de Oliveira teria perguntado se ela namorava. Após a resposta negativa, o homem teria falado:

“Mas como é que uma mulher bonita e gostosa como você não tem namorado?’ Ele também perguntou: ‘Você já fez sexo anal?”, contou a denunciante.

Ao ouvir outra negativa, o profissional teria perguntado:

“Você sabe onde é o seu ponto G?’

Assustada com a situação, a paciente diz ter ficado muda e sem reação diante da violência.

Em seguida, o homem perguntou se ela queria que ele mostrasse o “ponto G” e emendou: ‘Você quer que eu te masturbe?’

“Aí eu dei aquele salto da marca e disse: ‘Não, doutor”, lembrou a mulher.

Denúncia de enfermeira

Uma enfermeira de 33 anos, que atualmente vive em outro estado, estava na terceira consulta com o ginecologista, quando sofreu os abusos, também há 10 anos. Ela preferiu não revelar a identidade.

Em entrevista ao programa Bahia Meio Dia, da TV Bahia, a mulher disse que chegou ao consultório e entrou no banheiro para trocar de roupa. O ginecologista teria dito: “Engraçado, né menina? Tem paciente que troca de roupa na minha frente. Você entrou no banheiro e ficou com vergonha, foi?”

Dentro do banheiro, a mulher contou que não respondeu o comentário do médico. Quando saiu, ela percebeu que ele colocou uma quantidade de lubrificante maior do que o normal, no momento que introduziu o espéculo.

“E na hora dele introduzir, ele fez o movimento de vai e vem. Eu achei estranho, mas me senti, assim, impotente de falar alguma coisa, né?”, relatou.

De acordo com a mulher, após o procedimento, o médico teria perguntado se ela tinha namorado e se o casal se masturbava.

“Quantos centímetros tem o pênis do seu namorado? Porque não é qualquer homem que vai satisfazer você não”, disse a mulher.

Outras denúncias e investigação

Apesar de três mulheres terem registrado denúncias na 6ª Delegacia Territorial (DT), a TV Bahia já ouviu relatos de outras três até a tarde desta sexta-feira (21). Todas foram atendidas por Elziro Gonçalves de Oliveira, no centro médico do plano Caixa Assistência dos Empregados do Baneb (Casseb), em Salvador.

O ginecologista realiza atendimentos no local há 30 anos. Com uma denúncia feita por uma administradora feita no dia 16 de julho, o Casseb afastou o profissional a partir do dia 13 de julho, por um período de 30 dias.

O plano Caixa Assistência dos Empregados do Baneb também deu início a apuração das denúncias. As pacientes apresentam relatos parecidos sobre o comportamento do médico durante o atendimento.

A diretora cientifica da Sociedade Baiana de Ginecologia e Obstetria, Sandra Serapião, disse que existe algumas medidas que podem ser úteis para a segurança tanto do profissional quanto da paciente.

“Uma dessas medidas é realizar o exame ginecológico sempre com um acompanhante, que pode ser uma auxiliar de enfermagem, uma atendente de enfermagem, principalmente durante a realização do exame”, aconselhou a profissional.

Sandra Serapião afirmou ainda que o médico também deve explicar todos os passos do exame ginecológico e o que vai acontecer na sala.

Ginecologista nega abusos

Por telefone, o ginecologista de 71 anos, que tem 45 anos de exercício profissional e trabalha no Casseb há 30 anos, negou os abusos. Disse que foi ouvido pela coordenadora da unidade, afastado e viajou para outro estado.

“Eu fiz a minha defesa. Não houve nada do que a paciente está alegando. Não estou entendendo o porquê. Nunca tive um queixa, nunca tive um problema”, afirmou.

Disse ainda que explicou que abaixaria o lençol para explicar o preventivo para a paciente e negou que não usou luvas no procedimento.

Em nota, a direção do Casseb confirmou que averigua o caso, convidou a denunciante para ser ouvida três vezes, mas teve os pedidos negados. Disse ainda que precisa ouvir a paciente para continuar com as investigações.

Fonte: g1 BA

Veja Mais

Deixe um comentário