‘Vai ter operação Marielle’: Ronnie Lessa, Élcio e Suel foram avisados na véspera sobre ação policial

Conversa na qual Maxwell é alertado de operação do caso Marielle no dia seguinte — Foto: Reprodução

Os envolvidos no atentado contra a vereadora Marielle Franco foram avisados por um policial militar sobre a operação que, em 2019, prendeu os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, conforme investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Lessa foi apontado como autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista Anderson Gomes. Élcio foi quem dirigiu o carro usado no ataque ao carro onde estava a vereadora . Os dois foram presos em ação da Polícia Civil e do MPRJ em 12 de março de 2019 — praticamente um ano após o crime.

No dia 11 de março de 2019, uma pessoa identificada como Jomar Duarte, o Jomarzinho, avisou ao PM Maurício Conceição, o Mauricinho, de que no dia seguinte haveria uma “operação Marielle” e que pessoas seriam presas.

Mauricinho, por sua vez, repassou a informação a Maxwell Simões Corrêa, o Suel, ex-bombeiro também envolvido no caso. Mauricinho também procurou contato com Ronnie Lessa para avisá-lo da operação por meio do aplicativo de conversas secretas Confide.

Naquele mesmo dia, Suel avisou a Ronnie Lessa sobre a operação, que, por sua vez, alertou Élcio.

Na delação, Élcio disse ainda que o ex-bombeiro Suel fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele. Na época, no entanto, o envolvimento de Suel ainda não era conhecido e ele não foi alvo da operação.

Já Ronnie, que era alvo, também tentou fugir. Élcio, mesmo avisado pelo colega, não considerava que seria visado na operação, conforme as investigações. Ambos foram presos em 12 de março de 2019. Eles serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas a sessão ainda não foi marcada.

Estão citados em uma das conversas duas pessoas: “Brazão” e Rivaldo Barbosa.

Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, havia sido alvo menos de um mês antes, em fevereiro de 2019, de uma operação da PF que investigava na ocasião o assassinato de Marielle. A denúncia da Procuradoria Geral da República sustentou que Brazão utilizou o policial federal aposentado Gilberto Ribeiro da Costa, que era funcionário de seu gabinete no TCE-RJ, para atrapalhar as investigações do caso, plantando uma testemunha falsa, que era o PM Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha. Na ocasião, Brazão negou os fatos. Em março de 2023, a Justiça rejeitou denúncia de obstrução de justiça contra ele.

Já Rivaldo Barbosa era o chefe da Delegacia de Homicídios na ocasião do assassinato da vereadora. O delegado não foi alvo de operações do caso Marielle.

A delação de Élcio
Élcio Queiroz firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e com o MPRJ. No depoimento, já homologado pela Justiça, ele confessou que dirigiu o carro Cobalt prata usado na noite do atentado contra Marielle. Élcio também afirmou que foi Ronnie quem fez os disparos com uma submetralhadora.

Na delação, Élcio apontou o envolvimento do ex-bombeiro Suel, preso nesta segunda-feira (24) na primeira fase da Operação Élpis, a primeira desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios.

Em 2021, Suel já havia sido condenado a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações.

Fonte: g1

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