A Justiça da Espanha indiciou formalmente o ex-lateral da Seleção Brasileira Daniel Alves pelo crime de agressão sexual contra uma mulher em uma boate de Barcelona. O caso ocorreu em dezembro do ano passado e o ex-atleta está preso desde janeiro no país.
Segundo a agência de notícias Associated Press, Alves falou brevemente perante ao juiz nesta 4ª feira (2.ago) e afirmou não estar de acordo com as conclusões da investigação, mas que não irá recorrer. Os promotores agora especificarão as acusações contra o ex-zagueiro do Barcelona e o julgamento deve acontecer no fim deste ano ou início de 2024.
Em caso de condenação, o Tribunal de Instrução ainda exigiu que ex-atleta pague 150 mil euros (R$ 781 mil) à vítima por danos morais e psicológicos. O caso em que o brasileiro é acusado ocorreu na madrugada do dia 31 dezembro na boate de luxo Sutton, na cidade de Barcelona, e pode levar o jogador a ser a primeira figura pública condenada pela Lei de Garantia Integral da Liberdade Sexual, mais conhecida como a lei “Só Sim é Sim”, aprovada em agosto do ano passado no país.
Com pena que pode chegar até 15 anos de prisão, a lei eliminou a distinção de abuso (ato sexual não consensual SEM violência) e agressão sexual (ato sexual não consensual COM violência) que havia no Código Penal espanhol. Dessa forma, toda interação sexual não consentida passou a ser tratada como violação.
Segundo detalhes do depoimento da mulher, divulgados pelo jornal espanhol El Periódico, ela teria sido seguida por Daniel Alves a um banheiro da área vip da boate. No local, o jogador a teria trancado, batido nela e forçado uma relação sexual. Câmeras da festa mostram a entrada dos dois no local citado.
Daniel Alves teve a prisão preventiva decretada após se contradizer sobre o caso. Ele deu, pelo menos, três versões para o que teria ocorrido na noite do suposto crime.