A aposta de líderes ligados à cúpula da Câmara dos Deputados de uma eventual cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP) ressurgiu após a deflagração de uma operação da Polícia Federal (PF) na terça-feira (2) com busca e apreensão em endereços da parlamentar.
Zambelli é apontada como mandante de uma trama que envolve o acesso a sistemas da Justiça e a elaboração de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O caso está sendo investigado pelo STF, mas, na avaliação de lideranças da Câmara, deu força para que prosperem os processos contra ela no Conselho de Ética e ao menos uma das quatro ações em curso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A análise do TSE permite também que a parlamentar se torne inelegível por oito anos, como ocorreu em decisão do tribunal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As ações nessa corte envolvem desde a propagação de fake news ao questionamento da regularidade sobre o sistema eleitoral.
No mesmo dia da operação da PF, o relator de um dos processos no Conselho, o deputado João Leão (PP-BA), votou pela admissibilidade da denúncia contra Zambelli.
A reunião foi interrompida após um pedido de vistas e deve ser retomada na próxima quarta-feira (9). Se o relatório for aprovado, o processo passará a correr formalmente.
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também apostam na cassação de Zambelli e apontam para o isolamento da deputada na bancada de 99 deputados.
Apenas oito parlamentares acompanharam a colega enquanto se defendia da operação da PF, em coletiva de imprensa na Câmara.