Imagine um ser místico, que se formou no seio da Terra e veio ao mundo para experienciar o amor de todas as formas possíveis. Esse personagem representa tudo o que IZA quis transmitir com o seu segundo álbum de estúdio, intitulado “AFRODHIT”, e que chegou às plataformas de áudio nesta quinta-feira (03). O novo projeto é um presente para os ansiosos que esperaram cinco anos desde o trabalho de estreia da artista, “Dona de Mim”, e que agora ouvem uma IZA muito mais assertiva e confiante.
Ao longo de 13 faixas, a cantora conta uma história de amor – seja esse sentimento por si mesma ou por outra pessoa – e constrói o que ela chama de seu álbum “mais feminino”. Festivo, sensual e libertador, o trabalho é capaz de levar as pessoas ao fundo do poço e à pista de dança ao mesmo tempo, provando, mais uma vez, que IZA é a artista versátil que ela mostrou ser desde seu primeiro single.
Um processo de evolução
É importante lembrar que a cantora descartou músicas quase prontas e começou tudo do zero em fevereiro deste ano, a fim de entregar algo ao público que se relacionasse melhor com o seu atual momento de vida. Sim, se você contou certo, o álbum completo foi feito em apenas cinco meses. Porém o curto espaço de tempo não deixou a desejar! Além de todo o conceito e narrativa desenvolvidos pela compositora, o projeto ainda traz uma série de parceiros musicais, como MC Carol, Tiwa Savage, King Saints, Russo Passapusso, Djonga, L7nnon, Arthur Verocai e muitos outros.
“Desde o início, eu sabia que eu queria contar uma história, eu sabia que eu queria conectar uma música com a outra, em termos de história mesmo, de narrativa. Fico muito feliz que eu consegui juntar essas coisas, que as pessoas que trabalharam comigo são talentosíssimas, entenderam e criaram coisas também”, contou IZA durante entrevista coletiva em que o SBT esteve presente. “Eu acho que eu me sinto diferente nesse lugar, acho que eu me sinto muito mais completa, mais certeira, por mais que o nome antigo seja ‘Dona de Mim’, eu me sinto muito mais dona de mim agora.”
“Acho que ‘AFRODHIT’ é 100% eu. Eu acho que eu me reencontrei com esse álbum, eu passei por um processo de evolução para falar sobre coisas que aconteceram ou sobre coisas que eu não me sentia confortável para falar”, declarou a cantora. “Foi um momento muito especial de criatividade, e eu acho isso muito incrível. Esse álbum foi feito com muitas pessoas que eu admiro, muitas mulheres, então por isso ele é um álbum muito mais eu.”
Uma costura de diferentes ritmos
Afrobeat, R&B, rap, lovesong, funk e MPB são alguns dos gêneros explorados pela artista em “AFRODHIT” e que combinam perfeitamente com seu tom de voz grave, muito explorado por ela nesse projeto.
“Por mais que eu sinta que eu tô fazendo um passeio, eu acho que as coisas se arredondam bastante, se comunicam entre si. […] Eu acho que tudo o que está ali é música preta, em sua maioria, é uma forma, inclusive, de encontrar esse nome: AFRODHIT, que foi influenciado pelo estilo musical afrobeat. Tem sido muito gostoso visitar esses estilos, mas agora com um outro olhar, uma outra postura, outra vivência”, apontou ela.
Um álbum cíclico
“AFRODHIT” começa falando sobre a intensidade dos relacionamentos e a promessa de uma vida a dois, com a música “Nunca Mais”, e termina com a grande canção de amor do álbum, “Uma Vida é Pouco Pra Te Amar”. A última faixa é um presente surpreendente aos fãs e que os convida a dançar uma valsa com IZA e seu mais profundo sentimento de amor.
“Eu espero que as pessoas sintam vontade de se apaixonar. Essa música é uma das que eu mais gosto no álbum. É muito gostosa essa sensação de se apaixonar, de querer alguém, de desejar alguém, é muito gostoso ter uma relação saudável com o sexo, porque acho que quando você tá tendo prazer com sexo, significa que você se conhece, significa que você se respeita, significa que você já fez um caminho ali para entender quem é você sexualmente, isso não é uma coisa que se define de uma hora pra outra, né? Então acredito que isso seja uma conquista também“, explicou a cantora.
Toda essa inspiração tem nome: Yuri Lima. Após se separar do produtor musical Sergio Santos em 2022, IZA deu uma nova chance ao amor e assumiu o relacionamento com o jogador do Mirassol em fevereiro deste ano – mesma época em que começou a escrever o álbum.
“Eu tô vivendo uma relação muito especial porque eu acho que eu nunca me entendi tão bem, foi muito fácil saber que eu queria falar sobre isso, porque isso me fazia muito feliz, e eu achava importante para a linha da história que eu estava contando no álbum”, contou ela.
Além de “Uma Vida é Pouco Pra Te Amar”, as faixas “Fiu-Fiu”, “Sintoniza” e “Exclusiva” entram para a lista de músicas românticas de IZA e trazem um R&B sedutor e delicioso de se ouvir.
Mas não só de romance vive um álbum! Em “Que se Vá”, a cantora mostra que passou por uma virada de chave em sua vida e traz um canto de libertação poderoso. “Acho que chegar em um momento em que a gente pode falar das coisas com leveza, com deboche, com tranquilidade, acho que essa é a parada pra mim. Eu sou muito a favor das pessoas se expressarem artisticamente”, disse ela. “Eu acho que foi irado fazer essa música, é um afrobeat misturado com funk, e eu acho que é uma música em que muitas mulheres vão se reconhecer também.”
As dançantes “Mega da Virada”, “Batucada”, “Boombasstic”, “Terê” e “Bonzão” ainda dão um ritmo a mais ao álbum e fazem qualquer um levantar da cadeira. O grande destaque do projeto fica para “Fé Nas Maluca”, que tem uma produção visual em formato de curta para chamar de sua, tendo como referência o desenho “Steven Universe” e os filmes “Splash: Uma Sereia em Minha Vida”, “Bacurau” e “Cocoon”.
“Foi muito divertido fazer ‘Fé Nas Maluca’, eu sempre quis fazer algo que me tirasse da zona de conforto, e eu não tô nem cantando, nem dançando pela primeira vez na minha vida no clipe. Tô só correndo de um lado para o outro, atuando, bem louca. E a dança no clipe também é para ser esquisita, a gente queria que fosse algo de libertação, algo desprendido mesmo, não algo que as pessoas quisessem copiar, algo que fosse louco mesmo, sabe? Malucona mesmo”, contou ela. “Eu queria muito continuar a ver essa história, então a gente vai continuar [com as produções audiovisuais].”
Uma história contada no The Town
Tá, mas você deve estar se perguntando se você vai conseguir ouvir todos esses sons ao vivo, com banda, produção e tudo o que uma artista de grande porte tem direito. IZA irá se apresentar no The Town, festival de música que acontecerá no Autódromo de Interlagos em São Paulo (SP), no dia 10 de setembro, e já podemos adiantar que tem muita coisa preparada para esse grande dia.
Essa vai ser a primeira vez que a artista vai contar a história de “AFRODHIT” em um show e levar seu conto místico ao Palco Skyline. Mas como uma boa apresentação de festival, músicas de fora do álbum também serão adicionadas à setlist.
“‘Fé’ é uma música que eu não vou deixar de tocar, eu gosto muito de ‘Mó Paz’ também, é uma música que eu vou tocar, que a galera curte bastante. Nos shows, a galera tem cantado muito. E óbvio que ‘Fé nas Maluca’ também vai estar”, completou ela.