Famílias comprometidas com o bem-estar animal têm acolhido cães e gatos resgatados nas áreas de desocupação e monitoramento definidas pela Defesa Civil de Maceió. Há dois anos, o perfil @focinhoresponsavel, iniciativa do Programa de Apoio aos Animais, tem ajudado nessa missão. Desde então, o projeto tem permitido, em média, mais de uma adoção por dia, com uma avaliação criteriosa para que a família possa receber seu novo integrante.
Entre os mais de 770 animais adotados, estão os dois gatos que hoje fazem parte da família da técnica em enfermagem Meisielly Lima da Silva, de 24 anos, moradora do município do Pilar, região metropolitana de Maceió. Ela decidiu acolher os felinos após perder um animal de estimação que morreu de velhice. Primeiro, Nina foi levada para sua casa e, mais tarde, Hugo.
“Em casa somos cinco pessoas e todas se apaixonaram pelo Hugo quando viram sua foto no perfil do Focinho, no Instagram. Ele é muito dócil, amoroso e está conosco desde maio. No começo, nossa gata Nina, que foi a primeira a ser adotada, teve ciúmes, mas agora eles são como irmãos”, afirmou.
Outra adoção feita por meio do canal foi a do cão Liliano, que vive com sequelas deixadas pela cinomose – doença viral que atinge o sistema nervoso e pode levar à morte. A estudante de Zootecnia Thawane Kívia Lima do Nascimento, de 24 anos, contou que sempre que visitava o projeto era abordada por Liliano com muita euforia.
“Ele é brincalhão e incansável. Tem um latido único que, para mim, é o som mais lindo do mundo. Foi amor à primeira latida. Diariamente eu chegava, falava com ele, dava boa tarde e voltava cheia de pelos. E assim ele foi me cativando”, afirmou a moradora de Maceió.
Quando Liliano foi resgatado, a doença já tinha atingido a fase neurológica. Ele foi tratado pela equipe do programa com acupuntura, medicamentos e ozonioterapia, mas convive com espasmos severos. “Confesso que tinha bastante receio em adotar, pois sabemos que é uma responsabilidade muito grande, afinal, é uma vida. Até que um dia decidi amá-lo mais de perto”, relembrou.
Assim como aconteceu no caso das adoções de Hugo, Nina e Liliano, o programa sempre recomenda de que todos os membros da família devem estar de acordo com a adoção, conheçam as características e necessidades da espécie e se informem sobre a expectativa de vida do animal. Assim, interessados em adotar conseguem avaliar o impacto da chegada do novo membro da família na dinâmica domiciliar e se têm condições de oferecer os cuidados necessários para o pet. Esses cuidados evitam um novo abandono, que é crime ambiental e pode resultar em pena de dois a cinco anos de detenção e multa.
“Após a adoção, o novo dono deve estar comprometido com o bem-estar do animal. É importante que ele tenha um espaço adequado, alimentação de qualidade e faça visitas regulares ao veterinário”, explicou Wellington Diniz, médico veterinário coordenador ambiental do programa.
Como adotar
Na página do Instagram @focinhoresponsavel os interessados têm acesso a fotos, informações sobre o porte e a idade dos animais, além do formulário de adoção. Atualmente, o Programa de Apoio aos Animais possui 173 pets prontos para serem adotados, sendo 68 cães e 105 gatos.
Antes de ser encaminhado para um lar, cada animal é tratado, castrado, vermifugado e avaliado para verificar se possui condições de conviver em uma família. O projeto garante transporte até a nova casa gratuitamente e para qualquer região de Alagoas. Cada pessoa pode acolher até dois animais, desde que possua condições para garantir sua saúde e bem-estar.
Para adotar, é necessário preencher o formulário disponível no perfil e aguardar o contato da equipe por meio do WhatsApp do programa. Após a confirmação da adoção, o tutor agenda a data para receber o animal em sua residência e assinar o Termo de Compromisso de Adoção. Para acessar o perfil, clique aqui.
Programa de Apoio ao Animais
Criado para cuidar dos animais dos moradores realocados das áreas de desocupação e monitoramento, o Programa de Apoio aos Animais foi desenvolvido pela Braskem em parceria com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Equídeos e Saúde Integrativa da Universidade Federal de Alagoas (GRUPEQUI-UFAL). A iniciativa nasceu com o objetivo de atender demandas da própria comunidade e leva em consideração observações feitas pAor entidades de apoio aos animais. Desde sua criação, o programa já realizou mais de 14 mil atendimentos.
Maus-tratos ou abandono de animal é crime ambiental e pode resultar em pena dois a cinco anos de detenção e multa. (Lei Federal nº14.064/2020).