Uma clínica clandestina de reabilitação foi fechada em Maquiné, a 128 quilômetros de Porto Alegre, em uma operação de Polícia Civil, Brigada Militar e Ministério Público Eleitoral. As 49 pessoas que estavam internadas no local foram resgatadas pelas autoridades.
A clínica funcionava de maneira irregular havia cinco meses até ser interditada na terça-feira (8). Ela também estava em território quilombola, onde é proibida a presença de estabelecimentos e atividades comerciais.
Segundo o secretário de Saúde de Maquiné, João Marcos de Carvalho, os pacientes resgatados são dependentes químicos e alcoólicos. Alguns deles alegaram ter sido internados contra a própria vontade.
Os pacientes têm idades entre 20 e 50 anos. Eles relataram práticas recorrentes de tortura e maus-tratos, e estavam “alojados de forma desumana”, segundo a Prefeitura de Maquiné.
No local, foram encontrados alimentos podres e fora da data de validade. Também não havia camas em número suficiente para a quantidade de pacientes no local, que tinha condições precárias de quartos e banheiro.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foi feito o contato com todos os familiares dos internos, que foram encaminhados às suas respectivas cidades.
A clínica, que não teve o nome revelado, foi descoberta por meio de denúncias de moradores da região e de publicações da própria instalação em redes sociais. Segundo a Polícia Civil, além de estar situada em território quilombola, o local também não tinha alvará de funcionamento, o que levou à interdição pela Vigilância Sanitária.
O caso está sendo investigado como sequestro e cárcere privado.
