Por mais um ano o MST volta a ocupar a Praça da Faculdade, em Maceió, para a realização da nova edição da Feira da Reforma Agrária que acontece do dia 6 ao dia 9 de setembro, na capital alagoana. Em sua 22ª edição, a Feira deve comercializar cerca de 500 toneladas de alimentos vindo dos diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de Alagoas.
Feira da Reforma Agrária em Alagoas
“Nossa Feira é o grande encontro do campo com a cidade”, refletiu José Neto, da direção nacional do MST. “É uma grande alegria poder voltar a ocupar Maceió com os frutos da luta pela terra e apresentar para a sociedade o real sentido da organização dos trabalhadores Sem Terra: produzir alimentos saudáveis para chegar na mesa do povo brasileiro”.
Segundo José Neto, a Feira deste ano tem a expectativa de superar os números das edições anteriores. “Apesar das dificuldades e limites no estímulo através de políticas públicas para a produção, nós seguimos nos desafiando nos acampamentos e assentamentos de todo o estado para garantirmos que o campo siga alimentando os alagoanos e alagoanas”.
De acordo com a coordenação da Feira, o evento deve reunir mais de 150 camponeses e camponesas de todas as regiões de Alagoas durante todos os dias de atividade que, pela primeira vez, está inserida no calendário oficial do estado de Alagoas, após 21 anos de sua realização.
Débora Nunes, da coordenação do MST, destacou a importância e o papel de mais uma Feira em Alagoas frente aos ataques e tentativas de criminalização do Movimento Sem Terra: “Aqui é uma demonstração da força da agricultura familiar e camponesa. Por mais que tentem criminalizar e desmoralizar a luta pela terra em Alagoas e no Brasil, a organização coletiva dos camponeses e camponesas em luta seguirá em marcha apresentando as reais soluções para o desenvolvimento do campo: gerar trabalho, renda e fortalecer a produção de alimentos saudáveis”.
Para Nunes, o apoio popular das feiras realizadas pelos movimentos de luta pela terra em Alagoas são fundamentais para o fortalecimento da luta pela Reforma Agrária. “Todos os anos ocupamos a Praça da Faculdade e todos os anos temos a possibilidade e alegria de receber o abraço do povo maceioense que vem provar da comida, mas também reencontrar os amigos, conhecer histórias do povo camponês, curtir as atividades culturais… Um necessário abraço para seguirmos construindo a luta pela Reforma Agrária Popular, com o apoio do conjunto da sociedade que vive nas cidades”.
Comercialização sob preço justo
A Feira da Reforma Agrária apresenta ainda para a população de Maceió a possibilidade de consumir a variedade de produtos direto do campo comercializado por um preço justo, abaixo do mercado convencional. Isso se materializa pela oportunidade da compra direto das mãos de quem produziu no campo, eliminando a figura do atravessador, garantindo que a produção seja entregue para quem vive na cidade com preço abaixo dos encontrados nos mercados locais.
“Nós queremos demonstrar na prática o potencial da Reforma Agrária não só para quem vive no campo, mas também nas cidades”, sinalizou Débora.
Como novidade de 2023, a Feira recebe ainda a produção do Armazém do Campo, rede de loja de produtos orgânicos e agroecológicos que reúne a diversidade da produção agroindustrializada das cooperativas de organização camponesa em todo o Brasil.
