A Polícia Federal em Alagoas instaurou nesta quarta-feira, 06, inquérito para investigar as denúncias de ameaças sofridas por líderes da comunidade indígena da etnia Kalankó da cidade de Água Branca, sertão alagoano.
Segundo informações da comunidade indígena, após a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) reiniciar os trabalhos de delimitação das terras do povo Kalankó, as lideranças indígenas passaram a ser ameaçadas por posseiros ilegais da região.
Eles relatam inclusive a presença de veículos estranhos nas proximidades das residências dos líderes indígenas. Um dos carros identificados foi uma caminhonete Toro, de cor vermelha.
A comunidade conta ainda que a Funai instituiu um Grupo de Trabalho, composto por indígenas, antropólogos, geógrafo, motoristas, pessoas ligadas e convidadas pela Fundação, para lidar com as questões de demarcação de terra da região. Os trabalhos tiveram início no dia 29 de agosto e desde então o clima de tensão tem se intensificado na cidade.
Após as denúncias, diversas entidades, como alguns grupos ligados à Ufal, emitiram nota em solidariedade ao povo Kalankó. O caso também foi denunciado à Polícia Federal e à Secretaria de Segurança Pública.
Segundo a PF/AL, uma equipe já esteve na cidade nos dias 04 e 05 deste mês. Na ocasião, os policiais realizaram diligências preliminares para constatar as ameaças e identificar os autores. Ao final das investigações, o inquérito será remetido ao Ministério Público Federal, que será o responsável por ofertar denúncia e iniciar o processo de responsabilização criminal pelos fatos criminosos apurados.