Caso Rafaela Drumond: Polícia conclui inquérito que apura morte de escrivã que denunciou assédio

Dois superiores da policial chegaram a ser transferidos após início das investigações pela Corregedoria da corporação.

Rafaela Drumond, escrivã da Polícia Civil que morreu em Barbacena — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil concluiu o inquérito que apura as circunstâncias da morte da escrivã Rafaela Drumond. A policial foi encontrada morta em casa no dia 9 de junho. Ela tinha denunciado episódios de assédio na delegacia onde trabalhava, em Carandaí, na Zona da Mata de Minas Gerais.

Em nota, a instituição disse que dados do celular da escrivã foram analisados. Porém, os detalhes não foram divulgados por se tratar de processo que corre em sigilo.

“Tratou-se de uma investigação minuciosa e complexa, em que foram realizadas diversas diligências, destacando-se as oitivas de testemunhas e de envolvidos, a extração e análise dos dados do aparelho telefônico da escrivã, além da elaboração de outros laudos periciais”, disse a polícia.

A Polícia Civil não disse se alguém foi indiciado. No entanto, a família de Rafaela atribui os assédios sofridos pela vítima ao delegado Itamar Cláudio Netto e ao investigador Celso Trindade de Andrade.

Os advogados que representam a família de Rafaela e o investigador Celso Trindade ainda não tiveram acesso aos autos da investigação da Polícia.

Após o início das investigações, os dois policiais, lotados na Delegacia de Carandaí, na Região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais, foram transferidos para Conselheiro Lafaiete. Eles eram superiores da escrivã.

Em julho, Celso Trindade de Andrade foi afastado da Polícia Civil. Um vídeo gravado pela escrivã mostra ela sendo xingada dentro da delegacia (veja mais abaixo).

A defesa do investigador admitiu ser ele quem ofende Rafaela em um vídeo gravado por ela.

A polícia disse que uma sindicância administrativa tramita na Corregedoria-Geral de Polícia Civil com o objetivo de apurar possíveis infrações disciplinares por parte de seus servidores.

Denúncias

Rafaela Drumond denunciou episódios de assédio moral e sexual em áudios e vídeos. Eles foram enviados a amigos e relatados a superiores. A partir disso, a polícia começou a investigar a possibilidade de indução ao suicídio.

Segundo a Polícia Civil, durante a investigação foram colhidos depoimentos de testemunhas, extração e análise dos dados do aparelho telefônico da escrivã e elaboração de laudos periciais. Outros detalhes não foram divulgados, pois o processo segue em sigilo.

Investigações

  • O delegado e o investigador foram transferidos no dia 23 de junho para Conselheiro Lafaiete.
  • Em 29 de junho, eles prestaram depoimento sobre o caso.
  • Em 12 de julho, eles foram novamente transferidos de unidade; o delegado Itamar para Belo Vale e o investigador Celso para Congonhas.
  • Inicialmente, as investigações eram conduzidas pela polícia em Barbacena, enquanto a Corregedoria apurava somente eventuais transgressões disciplinares de servidores da instituição no caso.
  • Mas no dia 22 de junho, a Corregedoria-Geral assumiu, exclusivamente, o inquérito “devido à complexidade da investigação que apura as circunstâncias da morte”.

 

Fonte: G1 MG

Veja Mais

Deixe um comentário