Centro Xingó completa nove anos com práticas de referência para convivência com o semiárido

Espaço intensifica atividades com tecnologias sociais que impulsionam a produção agrícola, o ensino e a pesquisa na região

Divulgação

Centro Xingó

O Centro Xingó de Convivência com o Semiárido, localizado em Piranhas, completa nove anos nesta sexta-feira, 15 de setembro. O espaço funciona com uma gestão participativa entre a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), responsáveis pela administração técnica e executiva, em sintonia com um Comitê Gestor, composto por diversas instituições dedicadas ao desenvolvimento da região.

O Centro Xingó desempenha um papel importante na promoção de suporte aos produtores no semiárido, com tecnologias sociais que dão estrutura acessível e manejos sustentáveis para os agricultores. A secretária de Agricultura e Pecuária, Carla Dantas, explica que o espaço tem passado por um remodelamento, que está sendo realizado com a participação ativa dos membros do Comitê Gestor. O objetivo é intensificar as práticas realizadas no local e tornar o equipamento num centro de referência para outras instituições de Alagoas e de fora do estado.

“O espaço está passando por um processo de transformação de diversas atividades para que seja um espelho às instituições. Temos uma estrutura que consegue promover a diferença para os agricultores familiares. Estamos investindo em mais ações para que o Centro Xingó continue atuando com projetos sustentáveis e de promoção à inclusão produtiva, no desenvolvimento de tecnologias sociais e disseminando práticas e conhecimentos”, ressaltou a secretária Carla Dantas.

Recentemente, a Seagri realizou obras de reforma e ampliação da Casa do Mel, em parceria com a Prefeitura de Piranhas, Emater Alagoas e a Codevasf, seguindo as recomendações da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal). O local passou a funcionar e atualmente proporciona aos apicultores acesso às máquinas e a capacitações. O espaço também é usado por estudantes de diversas instituições, que utilizam a Casa do Mel para aulas práticas.

Ampliação de atividades

A parceria firmada entre o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) – Campus Piranhas e o Centro Xingó também foi fortalecida nos últimos meses, com objetivo de ampliar as ações acadêmicas e extensionistas, trazendo desenvolvimento ao alto sertão de Alagoas. O Ifal – Campus Piranhas realiza atividades de ensino, pesquisa e extensão no Centro Xingó, dentro da sala de aula e principalmente no campo.

Ao longo dos anos, o Centro Xingó vem promovendo e difundindo tecnologias sociais que contribuem para uma melhor convivência com as condições climáticas da região e na adaptação a essas mudanças. Estão instaladas no local várias tecnologias sociais como fogão agroecológico, canteiros econômicos, biodigestor, dessalinizador caseiro, barragem base zero, desvio automático e diferentes tipos de cisternas, que compõem as unidades demonstrativas replicáveis, disponíveis para visitação de estudantes, pesquisadores e famílias agricultoras. Além disso, sua infraestrutura conta também com auditório, alojamentos e refeitório, que viabilizam a realização de cursos, seminários, oficinas, entre outros eventos.

Novo olhar para o semiárido

O Centro Xingó  foi pensado para quebrar paradigmas e trazer um novo olhar para o semiárido brasileiro. O foco não é mais a escassez imposta pelas condições climáticas, mas potencializar a abundância de riquezas socioambientais que existem na região. Para isso, a troca de saberes e o estímulo às soluções inovadoras em benefício de uma promissora convivência com o semiárido passaram a ser a razão do Centro Xingó existir até os dias de hoje.

Diretora do IABS no Nordeste, Roberta Roxilene explica como surgiu o tema central do Centro Xingó. “Esse olhar sobre a convivência com o semiárido nasceu de uma mudança de paradigma, a partir de como a gente enxerga esse ambiente. Historicamente, se olha para as regiões semiáridas com a ideia de superar condições climáticas que na verdade são insuperáveis, não depende do ser humano resolver a seca, por exemplo. Então, o tema da convivência com o semiárido nasceu para que a gente olhasse não para a escassez, mas para a abundância do semiárido brasileiro”, explica Roberta.

Para a diretora do IABS, além de um lugar para pesquisa, capacitação agrícola e visitações, que incluem a Trilha Ecológica como atrativo, o Centro Xingó funciona também como um ambiente favorável para a articulação de parcerias.  “É um local para construir redes entre instituições, pessoas e comunidades. Um lugar para que estas comunidades se fortaleçam enquanto grupos que convivem com a região”, disse.

Com público variado, Roberta frisa que o Centro Xingó é um espaço para todo mundo ocupar, desde as instituições que fazem parte do Comitê Gestor, do Comitê Acadêmico e Científico, as comunidades do entorno, estudantes, pesquisadores, entre outros atores.

“Todos e todas podem e devem usar o Centro Xingó, que é um espaço público com o objetivo principal de difundir conhecimentos, de trocar saberes e, principalmente, de fortalecer cada vez mais as comunidades nesta nova perspectiva que olha para a abundância e não para a escassez. A convivência com o semiárido é um tema cada vez mais importante, considerando a intensificação das mudanças climáticas. O Centro Xingó é uma ideia que há nove anos se tornou realidade e que continuará transformando a vida das pessoas por muito mais tempo”, comemora Roberta.

Fonte: Ascom Seagri e Ascom IABS

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