Uma mulher, de 46 anos, foi chantageada por criminosos após ter o celular roubado no bairro Cidade Ocian, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. As capturas de tela obtidas pelo g1, nesta sexta-feira (22), mostram o momento em que eles a chamam de ‘véia tarada’ e ameaçam vazar fotos nuas dela [os nudes] caso não fizesse uma transferência via Pix de R$ 500.
À reportagem, a vítima, que preferiu não se identificar, contou que estava a caminho de casa quando decidiu ligar para a filha, de 27 anos. Segundo ela, assim que tirou o celular do bolso foi surpreendida pela dupla em uma bicicleta.
“Puxaram o aparelho, deram risada e foram [embora]. Como eu fiquei em choque, eu gritei ‘pega ladrão’, mas já era. Não tinha muita gente [na rua] e o pessoal que estava na frente da academia deu risada”, contou ela, que não tinha senha para bloquear o aparelho.
Ameaças
A vítima chegou em casa e, após meia hora, os criminosos entraram em contato com a filha da vítima. Eles começaram a pedir dinheiro para não publicar as fotos da mulher sem roupa nas redes sociais. Ainda na troca de mensagens chegaram a dizer: “Vai ficar famosa, véia tarada”.
“Eu pensei: ‘Eu não vou dar [o dinheiro]’, porque dá uma vez e vão ameaçar sempre […]. A minha preocupação eram eles publicarem, mas, Deus é tão bom que eu consegui bloquear para eles não mandarem as fotos. Nem tanto pela minha família, mas pelos meus amigos também, porque isso é uma vergonha”.
A mulher contou à reportagem que não tem costume de fazer fotos nuas, mas tinha feito para o ex-namorado. De acordo com ela, as imagens não foram apagadas porque ela não sabe mexer no celular. “Me sinto arrasada”, disse ela, que tem sido deixada de lado pela família.
“Minha família está me chamando de tudo quanto é nome. Eu perdi o respeito de todo mundo. Ainda choro de lembrar que eu fui chamada de velha tarada”. A mulher explicou que a filha mandou as imagens à avó e mãe dela.
A vítima contou que os criminosos também chegaram a pedir transferências via Pix para parentes e amigos. Ela afirmou ter ido a uma delegacia e ter sido orientada a registrar um Boletim de Ocorrência Eletrônico (BO). A mulher não havia concluído o processo até a publicação da matéria.