O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, recebeu na manhã deste domingo (24) uma medalha Ordem do Mérito. A medalha foi concedida e entregue pelo ministro Flávio Dino.
A distinção é concedida a pessoas que tenham prestado serviços relevantes ao país e aos brasileiros na área da Justiça e segurança pública.
A entrega ocorreu na Capela São Judas Tadeu, na região da Mooca, Zona Leste, antes da missa rezada pelo padre.
“O Padre Julio tem um trabalho social fundamental para São Paulo e para o Brasil, com atos de justiça e misericórdia, é uma inspiração, especialmente para aqueles que estão no governo. Infelizmente há pessoas que não compreendem. Houve uma grave ameaça e por isso Lula determinou esse evento”, afirmou Dino.
Em agosto deste ano, Padre Júlio recebeu um bilhete com ameaças. A mensagem, deixada na porta da Paróquia São Miguel Arcanjo, na Zona Leste da capital, diz que “seu dia de reinado aqui vai acabar”. O religioso também é xingado e chamado de “defensor dos direitos de bandidos”.
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, também esteve no evento.
Violência na Bahia
Dino também comentou a onda de violência no estado da Bahia e descartou a possibilidade de uma intervenção federal. Apenas em setembro, foram registradas 46 mortes em confrontos policiais.
“Não se cogita por uma razão: o governo do estado está agindo. A intervenção federal só é possível quando de modo claro, inequívoco, o aparato estadual não está fazendo nada”, disse.
Ainda de acordo com Dino, as organizações criminosas se fortaleceram na Bahia nos últimos anos, tendo aumentado, inclusive, o acesso a armas. Foi nesse cenário que, no mês de agosto, um acordo foi assinado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal, criando a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), dos governos estadual e federal.