A médica Sílvia Constantino foi ao Encontro com Patrícia Poeta desta quarta-feira (27) para expor uma situação envolvendo suas três filhas e Suzane von Richthofen, condenada em 2006 pelo assassinato dos pais. O ex-marido de Sílvia, Felipe, tem a guarda das três meninas e começou a namorar Suzane, os dois esperam um bebê.
“É um desespero muito grande saber que minhas filhas estão tendo contato com essa mulher”
Sílvia contou que se preocupou ao saber da proximidade das crianças com a assassina e que, desde que soube do namoro de Felipe e Suzanne, não conseguiu mais contato com as filhas. A médica disse que quer a guarda das três meninas por “instinto de proteção”. “Eu fiquei sabendo por moradores de Bragança, que me mandaram fotos pela internet. No começo eu não acreditei, achei que era montagem. Mas consegui falar com a minha filha e ela confirmou a história. Eu fiquei muito assustada e foi a última vez que eu falei com as minhas filhas”, disse Sílvia.
“Eu não conseguia falar com ele, ele não atendia o telefone, me comuniquei por mensagem e ele confirmou. Desde então minha vida tem sido um inferno”
Sílvia disse que as filhas, que têm 13, 12 e 7 anos, sabem do crime cometido por Suzanne. “Elas disseram: ‘mamãe, a gente já sabe de tudo'”, disse a médica, que acredita que as mensagem recebidas não respondidas pelas filhas. “Todas as desconfianças que eu tive, eu tentei algum contato que eu ouvisse a voz delas ou fizesse até videochamada. Mas não consegui. Quando eu pedia isso, a mensagem não chegava mais e o celular dava desligado”, contou.
Sílvia também disse que o marido tem um temperamento explosivo e a união com Suzane poderia ser ainda mais problemática por conta desse aspecto. “A gente sabe que ali não foi uma boa união. E eu conheço o meu casamento. A (maior preocupação é) própria integridade física das minhas filhas. Meu marido é uma pessoa mais estourada, mais instável. Eu acho que não seja uma união muito saudável. Ali basta um gatilho”, ponderou a médica.
“É como se você tivesse juntado dinamite com gasolina e minhas filhas estão do lado”
Sílvia também contou que o marido tem a guarda das filhas porque ela estava “enfraquecida” para cuidar das crianças após o divórcio “traumático” e precisou do apoio da família no processo de recuperação. Para que as meninas não tivessem uma grande mudança na rotina, Felipe permaneceria na casa do casal e, assim, elas poderiam continuar frequentando a mesma escola, tendo os mesmos amigos e círculo social.
“Pretendo lutar pela guarda delas para ter elas aqui comigo, distante disso tudo. É uma situação que envolve outra criança ainda, esse vínculo elas terão”, disse Sílvia se referindo ao bebê que Suzane espera.
Ao Encontro, a defesa de Felipe disse que Silvia não está impedida de ver as crianças. Já a defesa de Suzane preferiu não se manifestar. “Minha expectativa é que a Justiça enxergue a situação como precisa ser enxergada. Eu gostaria muito que essa guarda ficasse mais favorável à mãe para poder afastar as minhas filhas disso tudo. Eu tenho certeza que é o melhor para minhas filhas”, ponderou Sílvia.
Caso Suzane von Richthofen
Marísia e Manfred von Richthofen foram assassinados por Daniel e Cristian Cravinhos em outubro de 2022, enquanto dormiam, dentro da mansão em que moravam em São Paulo. Após as investigações, a polícia comprovou que Suzane, filha mais velha do casal, foi a mandante do crime. Suzane e Daniel namoravam desde 1999, mas o relacionamento não agradava aos pais da jovem.
Suzane tinha 18 anos na época do crime e em 2006 foi condenada a 39 anos de prisão. Em janeiro deste ano, a 2ª Vara de Execuções Penais de Taubaté concedeu o benefício do regime aberto para Suzane por terem sido cumpridos os requisitos da Lei de Execuções Penais. A jovem já havia reduzido sua condenação de 39 anos para 34 anos e quatro meses, por conta de trabalhos realizados na penitenciária.