Lula diz que Brasil ‘não poupará esforços para evitar escalada de conflitos’ em Israel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em uma rede social, ter ficado chocado com os ataques contra civis a Israel, neste sábado. Lembrando que o Brasil é presidente do Conselho de Segurança da ONU, Lula disse que não poupará esforços para conter a escalada de violência na região.

“O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU”, escreveu o presidente em uma rede social.

Lula reafirmou a posição da diplomacia brasileira, em defesa de dois Estados: o de Israel e o da Palestina. Ele fez um apelo à comunidade internacional para que as negociações para um acordo de paz sejam retomadas.

“Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, destacou.

Em uma nota divulgada neste sábado, o Itamaraty também informa que, como presidente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil convocou uma reunião de emergência do órgão para este domingo.

“Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”, diz um trecho do comunicado.

Os ataques do braço armado do grupo palestino Hamas provocaram a morte de ao menos 100 cidadãos israelenses e mais de 500 feridos. Segundo o Itamaraty, “o Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina”.

No comunicado, o governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz.

Milhares de foguetes foram lançados no sábado contra Israel. O Hamas declarou ter lançado a operação “Dilúvio de Al-Aqsa” e o exército israelense afirmou que um “número indeterminado de terroristas” se infiltrou no território a partir da Faixa de Gaza. Os ataques levaram o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a declarar guerra contra o grupo palestino.

— Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra — disse Netanyahu numa mensagem de vídeo.

Representantes do grupo palestino disseram ter reagido aos ataques às mulheres, à profanação da mesquita de al-Aqsa e ao cerco a Gaza. O Hamas afirma ter disparado 5.000 mísseis contra Israel, o governo israelense diz que foram 2.200.

A Embaixada de Israel em Brasília divulgou um comunicado em que atribui os ataques a organizações terroristas lideradas pelo Hamas. A nota afirma que o grupo palestino é um ramo do governo do Irã.

“Os residentes da Faixa de Gaza não são inimigos de Israel, mas sim as organizações terroristas que operam consciente e deliberadamente a partir de concentrações populacionais e adjacentes a edifícios e instituições humanitárias e fazem uso cínico delas”, diz a nota, que completa. “O Hamas é o governante na Faixa de Gaza e, portanto, é o responsável por esse ataque. Terá que arcar com os resultados e a responsabilidade pelos acontecimentos.”

Já o embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, disse que enquanto os israelenses continuarem a ocupar territórios palestinos, não haverá paz na região. Segundo ele, o extremismo e o racismo aumentarão ainda mais a violência.

— Israel deve respeitar o Direito Internacional e reconhecer os direitos nacionais legítimos e inalienáveis ​​do povo palestino: o seu direito ao seu Estado independente e viável, com Jerusalém como capital, de acordo com as resoluções e entendimentos de legitimidade internacional. Nem a violência, a agressão, nem o racismo acabarão com esta anomalia: a ocupação — afirmou o embaixador.

A ofensiva contra Israel também motivou reações de autoridades brasileiras. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, em uma rede social, que o ataque do Hamas cria mais um foco de tensão mundial. Segundo ele, é preciso buscar o caminho da paz.

“A guerra não é a solução para conflitos políticos ou de qualquer natureza. O ataque do Hamas a Israel é inaceitável e cria mais um foco de tensão mundial. Devemos todos, inclusive o estado brasileiro, buscar o fim das hostilidades e o entendimento político. O caminho é o da paz”, escreveu Lira.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também foi às redes sociais condenar os ataques. “É urgente que a comunidade internacional propugne esforços em favor da paz entre israelenses e palestinos, no sentido de evitar a escalada da violência no Oriente Médio”, escreveu o senador.

O vice-presidente Geraldo Alckmin disse que os ataquem devem cessar imediatamente. Ele defendeu a retomada das negociações na região.

“Repudio os ataques aéreos e terrestres, com relatos de sequestros de civis, vindos de Gaza contra o território do Estado de Israel. Os ataques devem cessar imediatamente”, escreveu Alckmin em uma rede social.

“A retomada das conversas pela paz na região é fundamental. Meus sentimentos aos familiares das vítimas”.

 

Fonte: Extra

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