Celebrando uma grande vitória para o município nas ações com resultados exitosos voltados para educação na modalidade da educação especial inclusiva a Prefeitura de Coruripe, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), realizou na tarde da última sexta-feira (06), o 1º Wokshop de Inclusão, que teve como tema: Ser diferente te faz único.
Todos que chegaram ao Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Coruripe para participar do evento acompanharam o trabalho de inclusão que é realizado pela gestão municipal com a equipe Semed, seus parceiros e estudantes. Os trabalhos apresentados surpreenderam os visitantes e comprovaram a nova realidade educacional e pedagógica colocadas à disposição dos seus filhos, com eficácia dentro da proposta de inclusão educacional.
A Educação conta com a empresa Learning set, que fortalece os bons índices capacitando os professores, nos cursos ABA (Análise do Comportamento Aplicada), TOD (Transtorno de Opositor Desafiador) e TDHA (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e a plataforma Cognvox, com seu pioneiro programa educacional em Coruripe que trabalha o desenvolvimento de neurodivergentes e pessoas com déficit cognitivo, como crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit da Atenção e Hiperatividade (TDAH), déficit cognitivo, deficientes intelectuais, com de Síndrome de Down, paralisia cerebral, dentre outros.
Elisângela de Castro, coordenadora da Educação Especial e Inclusiva abriu o evento destacando o momento. “Nesta tarde estamos celebrando uma grande vitória para o município, nosso evento tem essa proposta, de apresentar as experiências de sucesso dos profissionais da educação municipal frente à Educação Inclusiva. Estamos atendendo a todos os alunos da rede municipal em torno de 380, com deficiência, transtorno, défice de aprendizagem, entre outros. É muito gratificante poder expor todas essas ações e resultados positivos para os pais dos nossos alunos. Todo esse trabalho é possível pelo compromisso do prefeito Marcelo Beltrão e da secretária Cintya Alves que têm esse olhar diferenciado para inclusão. Boaventura diz que ‘somos todos iguais nas diferenças’ e é isso que entendemos também. Saliento que estamos tendo três reflexões hoje: a luta da pessoa com deficiência, a prevenção ao suicídio, amor à vida e à paz”. Concluiu.
A programação seguiu focada nos avanços, experiências e desafios envolvidos na temática, onde foram apresentados os recentes avanços na área através das falas que atualizaram a comunidade educacional e pais sobre os rápidos avanços trabalhados ministrados pelos profissionais da área da Educação Inclusiva: Henrique Jonathan, tema Formações para docentes e Inclusão Escolar; Monalisa Albuquerque, Desenvolvimento dos profissionais da rede de ensino; Verônica Maria Silva, ações da ACEL, academia estudantil; Professora Renata Lima, relatos de aprendizagem; Erilane Mathias, relatos de aprendizagem escolar e a contribuição de Miguel Tigre, da ADEFAL e da secretaria de Saúde.
Agregando às reflexões sobre práticas inclusivas, a maternidade de Daiane Rose sempre esteve atrelada a um esforço para que o filho, Davi, de 12 anos, se sentisse seguro durante a rotina escolar. “Sou mãe de três meninos um deles é o Davi que é autista, nível de suporte 1 e aluno da Escola Municipal José de Carvalho Souza, em Barreiras e faz parte do programa Cognvox. O Davi estuda na mesma escola desde os três anos, a interação social dele era bem comprometida com os colegas de sala, até o ano passado quando perguntávamos os nomes dos colegas ele dizia que não sabia. Depois, com as práticas do programa ele tem desenvolvido bastante. A professora da sala regular e o assistente percebem a diferença no Davi, depois das práticas do Cognvox para agora. Ele não conseguia apresentar trabalho na sala de aula e hoje ele já consegue apresentar. Existem práticas na plataforma que faz com que a criança interaja com as outras, práticas que possibilitam desenvolver essa habilidade. O meu filho não tinha habilidade de interagir com ninguém. Ouvi de um psiquiatra ‘Mãe, não espere que seu filho tenha amigos’, hoje posso dizer feliz, meu filho tem amigos e fez amigos. Esse programa para nossa família foi uma benção por está trazendo muito benefício para o Davi. Ele vai fazer a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática, antes tinha medo de participar para não ir receber medalha, a realidade agora é, ele tá muito empolgado e feliz para receber”, detalhou a mãe, emocionando a plateia.
Paralelo às palestras o público assistiu as peças encenadas pelos alunos: Inclusão, um Ato de Amor, do eixo praias; A Paz, do eixo pindorama e Assim Como Você, do eixo centro.
Cíntya Alves, secretária de Educação falou sobre a felicidade do momento “É a realização de um sonho idealizado em equipe e com nosso prefeito Marcelo Beltrão. Conseguimos com o envolvimento de todos que fazem parte da gestão educacional, realizar nosso Worshop ‘Ser diferente te faz único’. Foram apresentados os trabalhos desenvolvidos pelos vários parceiros e professores nas unidades de ensino, representando um momento de integração entre família e escola. A gestão busca por meio dos seus servidores e parceiros na Educação Inclusiva bons resultados e trouxemos os pais para isso, para verem o que a gestão está fazendo, pois, os números apresentados falam por si. Dificuldades existem e precisaremos estar juntos para enfrentar e continuar neste modelo que construímos ao longo desses anos aqui, com bons resultados. Precisamos que os pais estejam junto com a gente para que Coruripe seja também referência na inclusão e na verdade já está sendo”. Finalizou agradecendo a receptividade, compromisso e sensibilidade de todos.
Na palestra da profa. Dra. Fabiana Wanderley diretora científica da Cognvox que expôs o tema: Pai, Mãe, não desista de mim! Explicou: “Nesta tarde a gente destaca a palestra com o filho dizendo para o pai e para mãe, não desista de mim. Muitos pais e mães desistem de investir quando um filho tem algum tipo de deficiência. Porque ter um filho com deficiência é algo que mexe muito com o narcisismo. Essa ideia de perfeição que toda a sociedade carrega. Ter filho sem defeito, limitação. O pai e a mãe vão ter que trabalhar dentro deles todo esse ideal grego da perfeição que foi destruído dentro dela. E trabalhar dentro de si que não há culpado e também reconhecer suas próprias limitações e suas potencialidades, então há sempre uma dualidade, limitação e potencialidade dentro de si e na relação com o filho. Esse evento mostra essa perspectiva olhando muito mais para potencialidade, para o desenvolvimento, para as possibilidades na relação social, afetiva, cognitiva e mostrar o que a gente pode conquistar, o que a gente pode construir, no lugar do que a gente não pode. A terminologia deficiente significava, não eficiente. E hoje a gente fala pessoa com deficiência você está deficiente, você não é deficiente. Enfatizamos hoje muito mais as possibilidades, as perspectivas do que podemos vir a construir do que as limitações, estagnações, essa é a visão que a gente tem e que o Cognvox defende”, justificou a professora.
Dando sequência o CEO da Cognvox, Carlos Moreira, falou que ao entrar no Ifal vendo o painel com a produção dos alunos ficou impressionando junto com sua equipe principalmente quando viram um desenho que era a marca da plataforma Cognvox, que é o cérebro colorido. A explicação foi que ao ser perguntado para os estudantes quais eram as coisas que eles mais gostavam o aluno Isaac da escola Claudio Daniel desenhou um barco e o símbolo da Cognvox. Com isso, para eles que estão envolvidos no processo foi o suficiente pra dizer que estão fazendo direito o trabalho.
“Não se faz um trabalho desse sozinho, tivemos o acesso e a possibilidade de desenvolver esse projeto em Coruripe que foi o primeiro no Brasil a implementar. Saiu uma matéria em um dos principais portais de notícias de empresas de tecnologias de inovação de educação (https://revistapegn.globo.com/startups/noticia/2023/08/startup-ajuda-a-integrar-alunos-neurodivergentes-em-escolas-publicas.ghtml) falando da Cognvox e do que está sendo feito em Coruripe. Destacamos o desejo político e a vontade do prefeito Marcelo Beltrão e a decisão técnica da secretária Cintya Alves que disse, vamos fazer, porque a gente pode mudar essa realidade”, pontuou Carlos Moreira.
Em seguida, comemorou expondo para o público os resultados obtidos nos seis meses de uso da plataforma nas escolas, que foi feita a partir de uma análise nos 154 alunos que fazem parte do programa, tudo medido estaticamente utilizando um método cientifico o avanço global dos alunos.
“Capacitamos os profissionais e em seis meses de implantação conseguimos bater nossas metas. Os resultados alcançados neste trabalho foram surpreendentes. Atingimos, nas escolas, um desenvolvimento médio de 39,61%, tendo como fonte de análise o pensamento, a linguagem, a comunicação e os relacionamentos dos alunos. Levando-se em consideração os grupos específicos, atingimos um desenvolvimento de 38,62% para os que possuem TEA, 35,23% para os que têm TDAH e 38,60% para os portadores de deficiência intelectual. No comportamento geral, o índice alcançado chegou a 36,28%, subdividido da seguinte forma: Pensamento 39,31%; Linguagem 18,49%; Comunicação 43,66% e Relacionamento 44,56%”, demonstrou.
O evento contou com a presença da equipe Semed, pais e alunos da rede, vereadora Roberta Beltrão, Miguel Tigre representante da Pessoa com Deficiência na área da saúde e diretor fiscal da Pessoa com Deficiência do Estado, Henrique Jonathan psicólogo, especialista em ABA; equipe da COGNVOX, Aparecida Falcão do programa da AABB com autistas, Audeane César, presidente da Associação Mundo TEA e Ana Paula, do Cantinho do Autismo.