O primeiro voo com brasileiros resgatados pela Força Aérea Brasileira (FAB) nas áreas de conflito em Israel decolou do aeroporto internacional de Tel Aviv nesta terça-feira (10).
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a aeronave KC-30, com 211 passageiros, levantou voo às 20h12 no horário local (14h12 no horário de Brasília).
O avião fará um voo direto, sem escalas, e deve pousar em Brasília às 4h desta quarta (11). A lista de passageiros não foi divulgada por razões de segurança.
Segundo o Itamaraty, estão previstos mais cinco voos até o próximo domingo (15).
A GloboNews apurou que o governo deu prioridade a famílias com crianças, idosos, pessoas com deficiência ou enfermos. O Ministério das Relações Exteriores também monitora se brasileiros com passagem comprada estão conseguindo embarcar nos voos comerciais para deixar Israel.
Ajustes
Inicialmente, a previsão era de que o voo pousaria na Base Aérea de Brasília à 1h desta quarta. No entanto, houve um atraso que interferiu no horário da chegada.
O avião decolou às 14h12 (horário de Brasília) de Tel Aviv, mas a previsão inicial era decolar às 12h (horário de Brasília).
O segundo voo deve chegar na noite desta quarta-feira, mas no aeroporto do Galeão (RJ).
Cronograma
No domingo (8), o governo brasileiro informou que havia seis aeronaves prontas para a repatriação dos brasileiros.
Até o momento, no entanto, serão priorizados os voos das duas aeronaves KC-30 – os maiores aviões da FAB, com capacidade para mais passageiros e maior autonomia de voo.
O cronograma prevê partidas diárias a partir de Tel Aviv, de terça a sábado (14) – sempre, às 18h no horário local (12h em Brasília).
Veja abaixo os dados de cada voo previsto, por data:
- Terça-feira (10): avião KC-30, com até 210 passageiros. Faz voo sem escalas e pousa à 1h de quarta-feira (11) em Brasília.
- Quarta-feira (11): avião KC-30, com até 210 passageiros. Faz voo sem escalas e pousa às 23h do mesmo dia no Galeão, no Rio.
- Quinta-feira (12): avião KC-390, com até 60 passageiros. Faz paradas em Lisboa (Portugal), na Ilha do Sal (Cabo Verde) e no Recife, e depois desembarca às 11h de sexta (13) em Guarulhos (SP).
- Sexta-feira (13): avião KC-30, com até 210 passageiros. Faz voo sem escalas e pousa às 23h do mesmo dia no Galeão, no Rio.
- Sábado (14): avião KC-30, com até 210 passageiros. Faz voo sem escalas e pousa às 23h do mesmo dia no Galeão, no Rio.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada do Brasil em Tel Aviv disponibilizou em seu site um formulário para inscrição de brasileiros interessados nos voos de repatriação.
O site da embaixada é: https://www.gov.br/mre/pt-br/embaixada-tel-aviv
No caso dos brasileiros em territórios palestinos, ainda não há voos organizados em razão das dificuldades logísticas e de segurança.
O ministério mantém contatos de emergência, no entanto, com o aplicativo WhatsApp instalado:
- Escritório em Ramala: +972 (59) 205 5510
- Embaixada em Tel Aviv: +972 (54) 803 5858
- Plantão consular geral, em Brasília: +55 (61) 98260-0610
Resgate em Gaza
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta terça que aguarda autorização do Egito para repatriar 26 brasileiros que estão na Faixa de Gaza.
O território é governado pelo grupo terrorista Hamas – que, no sábado (7), promoveu um grande ataque terrorista contra Israel, país vizinho, em um novo capítulo da disputa entre israelenses e palestinos pela região no Oriente Médio.
Chefe do Escritório de Representação do Brasil em Ramalá (Cisjordânia), o embaixador Alessandro Candeiras informou à GloboNews que já alugou um ônibus para levar esse grupo de brasileiros da Faixa de Gaza à fronteira sul da região.
“Nós já temos toda a logística pronta, ônibus alugado para sair de Gaza até a fronteira sul, pelo posto de Rafah. Nós estamos aguardando apenas a autorização do Egito para que eles cruzem a fronteira”, declarou Candeias.
Além de Israel, apenas o Egito tem fronteira terrestre com a Faixa de Gaza – veja no mapa abaixo:
Até o momento, as operações de resgate do Itamaraty se concentram no Aeroporto Ben-Gurion em Tel Aviv, Israel – onde há uma maior infraestrutura de transportes e, também, maior concentração de brasileiros.
O Ministério das Relações Exteriores criou um grupo de WhatsApp para manter o diálogo com os brasileiros que estão em Gaza. Na página oficial do Itamaraty é possível encontrar mais orientações.
Traslado dos corpos
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta terça que um eventual traslado dos corpos dos brasileiros que morreram em Israel depende de um pedido das famílias.
Segundo o Itamaraty, até o início da tarde desta terça-feira, as famílias das vítimas não haviam solicitado o transporte dos corpos.
O que aconteceu até agora?
Como foi o ataque? As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa de Gaza, de onde Hamas lançou 5 mil foguetes.
- Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país.
- Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza.
Como foi a resposta de Israel? Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação.
- “Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque.
- “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.”
- Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza.
Quantas pessoas morreram? O balanço mais recente das autoridades locais indicava, no início da tarde desta terça-feira, que 1.830 pessoas morreram. Do total, 1 mil foram em Israel. O Ministério da Saúde de Gaza informou ter registrado 830 mortes de palestinos.
Marcado por pobreza e superpopulação, tem 2 milhões de habitantes morando em um território de 360 km². Para se ter uma ideia desse tamanho em comparação com cidades brasileiras, o território é um pouco maior que o da cidade de Fortaleza (312.4 km²) e menor que o de Curitiba (434,8 km²).
Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira.
Qual é o histórico do conflito na região? A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes.
Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.