Nas últimas semanas, integrantes do Ministério da Justiça têm cobrado posições mais duras da Justiça sobre decisões que colocam em liberdade presos faccionados. Para fontes ouvidas pelo blog, a avaliação da Pasta é a de que as ações policiais estão “enxugando gelo” e que, com essas decisões, é difícil manter policiais mobilizados.
A última crise de segurança no Rio de Janeiro foi provocada pelo assassinato por engano de três médicos. Segundo informações da polícia, um grupo de traficantes confundiu um dos médicos com um miliciano solto recentemente por decisão judicial.
Em julho do ano passado, Taillon de Alcântara Pereira Barbosa foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão por organização criminosa, devido a sua participação em uma milícia na zona oeste do Rio de Janeiro.
Ainda que a sentença apontasse para o comportamento violento de Taillon, a Vara de Execuções Penais concedeu liberdade condicional ao miliciano em setembro.
Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, criticou em seu perfil nas redes sociais uma decisão que favorecia um líder de facção na Bahia.
“Líder da principal facção criminosa da Bahia foi solto no plantão judiciário por um desembargador, num domingo, às 20h42. Quando outro desembargador revogou a decisão, já era tarde demais, ele havia desaparecido. É normal? É aceitável?”, escreveu.
Na última semana, a Justiça suspendeu a soltura de Cláudio Campanha, outro faccionado da Bahia e um dos fundadores de uma facção baiana ligada a uma organização criminosa do Rio de Janeiro.
A suspensão da liberdade condicional —que havia sido determinada em 11 de outubro— representa uma das primeiras vitórias da movimentação de integrantes do Ministério da Justiça para impedir a soltura de membros de facções que ainda tenham pendências com a Justiça.