Juiz determina que polícia investigue testemunha do caso Joaquim por suposto falso testemunho

Amigo de Guilherme Longo foi intimado pela defesa para prestar depoimento no terceiro dia do julgamento em Ribeirão Preto, SP. Por telefone, ele disse que informou tudo o que sabia ao júri.

O juiz José Roberto Bernardi Liberal, que presidiu o júri popular de Guilherme Longo e Natália Ponte em Ribeirão Preto (SP)sobre a morte do menino Joaquim, determinou que a Polícia Civil investigue uma das testemunhas do caso por suspeita de falso testemunho no julgamento.

Gustavo Calixto Bianchini foi intimado pela defesa de Longo para depor no terceiro dia do julgamento. Amigo do réu, ele teria prestado informações diferentes daquelas na fase de investigação da morte de Joaquim.

Acervo EP e Érico Andrade/g1

Guilherme Longo, padrasto de Joaquim em 2013, e Natália Ponte, mãe do menino Ribeirão Preto

Ao júri, Bianchini contou que em 2016, quando Longo estava em liberdade provisória concedida pela Justiça, a fuga para a Espanha ocorreu porque ele tinha sido ameaçado de morte por traficantes e tinha ficado 24 horas em poder de criminosos.

As ameaças, segundo a testemunha, ocorreram após o padrasto de Joaquim admitir, em entrevista a uma emissora de TV local, que havia matado o enteado de 3 anos por esganadura.

Ainda segundo a testemunha, Longo teria escrito uma carta para a mãe antes de deixar Ribeirão Preto (SP).

O crime de falso testemunho está previsto no artigo 342 do Código Penal.

Por telefone, Bianchini disse que o caso aconteceu há muito tempo e que declarou tudo do que se lembrava ao júri.

Guilherme Longo em 2019, durante entrevista exclusiva à EPTV — Foto: Reprodução/EPTVGuilherme Longo em 2019, durante entrevista exclusiva à EPTV — Foto: Reprodução/EPTV

Julgamento

Dez anos após o crime, Guilherme Longo foi condenado a 40 anos de prisão no sábado (21) pela morte do enteado Joaquim Ponte Marques. O tribunal do júri durou seis dias e sete jurados considerados que ele cometeu homicídio doloso, quando há intenção de matar, por motivo fútil, com crueldade e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima menor de 14 anos.

Segundo a acusação do Ministério Público, Joaquim, que era diabético, foi morto pelo padrasto com 166 doses de insulina e foi jogado no córrego Tanquinho, próximo à casa onde morava com Longo, a mãe e o irmão mais novo, um recém-nascido de três meses. O corpo do menino foi achado cinco dias depois, em novembro de 2013, no Rio Pardo em Barretos (SP).

Ao anunciar a sentença, o juiz José Roberto Bernardi Liberal afirmou que Longo se apresentava como pessoa “falsa” e “dissimulada” e fingiu ser amigo do enteado. Ele também argumentou o motivo da pena de 40 anos, acima até mesmo da pleiteada pelo MP.

“Já é tempo de adotarmos postura intransigente e severa em relação àqueles que matam seus semelhantes ou atentam contra a vida deles, impondo-lhes pena compatível/proporcional à indigna e reprovável conduta adotada, invariavelmente destruidora de sonhos e de famílias, não como simples e exclusiva repressão individual, mas também, e especialmente, como prevenção geral.”

Natália Ponte, mãe de Joaquim, foi absolvida pelo júri da acusação de ter sido omissa por não afastar o filho do convívio com Longo, que tinha comportamento agressivo e havia voltado a consumir drogas.

A defesa de Longo interpôs recurso contra a decisão. Preso na Penitenciária de Tremembé (SP) desde 2018, o padrasto condenado voltou à unidade prisional na segunda-feira (23) para começar a cumprir a pena em regime fechado.

Fonte: g1

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