O empresário Thiago Brennand, de 42 anos, foi condenado a um ano e oito meses de prisão, em regime semiaberto, por agredir uma mulher em uma academia de ginástica que fica dentro de shopping de luxo na capital paulista.
As violências foram filmadas por câmeras de segurança e o caso foi revelado pelo Fantástico em agosto de 2022.
Após a repercussão, diversas denúncias surgiram contra o empresário.
O g1 entrou em contato com a defesa de Brennand e aguarda retorno.
Em nota, o advogado da vítima, disse que sua cliente recebeu emocionada a notícia da condenação.
“A vítima, emocionada, recebeu com serenidade a notícia de que, finalmente o réu Thiago foi condenado. Representa o fim da impunidade. No tocante ao afastamento do crime de corrupção de menores, iremos interpor recurso ao Tribunal de Justiça pois, em nosso entendimento, o crime ocorreu conforme descrito na denúncia, bem como iremos requerer a majoração da pena de lesão corporal. No mais, seguimos confiantes na Justiça e na luta incansável pelo fim da impunidade a toda forma de violência contra a mulher”, diz o texto assinado pelos advogados Márcio Cezar Janjacomo, João Vinicius Manssur e Marcelo Luis Roland Zovico.
R$ 50 mil de indenização
Na decisão, divulgada nesta quarta (1°), o juiz Henrique Vergueiro Loureiro também determinou o pagamento R$ 50 mil de indenização à vítima.
A sentença foi baseada em artigo do Código Penal para crimes cometidos em função da condição de gênero, ou seja, a vítima foi alvo pelo simples fato de ser mulher.
A lei de 2021 aumentou a pena para esse tipo de crime. Antes, era de três meses até três anos. Agora, pode variar de um até quatro anos.
Apesar da condenação ser em regime semiaberto, o empresário seguirá preso, uma vez que foi também condenado a mais de dez anos de reclusão pelo crime de estupro.
Nove processos
Ao todo, Thiago Brennand responde a nove processos.
Desses, dois já tiveram sentença proferida e outros dois foram arquivados após acordo entre as partes, sendo um por ameaça contra o caseiro de uma propriedade em um condomínio de luxo, e outro por injúria contra um garçom de um hotel.
Cinco permanecem em andamento – dois na capital e três no interior. O empresário está preso preventivamente desde que foi extraditado ao Brasil, em abril deste ano.
No início de outubro, Brennand já tinha sido condenado, em Porto Feliz, a 10 anos e 6 meses de prisão pelo crime de estupro em regime inicial fechado.