Bispo preso por envolvimento na morte de cantora gospel trocava mensagens com vítima nas redes sociais

Weslen Pablo Correia de Jesus, preso na terça-feira (14) por suspeita de envolvimento no assassinato de Sara Mariano, trocava mensagens com a cantora gospel nas redes sociais. A vítima o chamava de amigo e elogiava o trabalho desempenhado pelo religioso, que era conhecido como Bispo Zadoque e atuava em igrejas da Região Metropolitana de Salvador.

“Sou fã de Deus em sua vida, amigo, amo você. Canta muito para a glória de Deus”, escreveu a mulher há cerca de um ano, nas redes sociais.

 

Bispo e cantora trocavam elogios nas redes sociais — Foto: Redes sociaisBispo e cantora trocavam elogios nas redes sociais — Foto: Redes sociais

Em outra interação nas redes sociais, o religioso elogiou o trabalho de Sara, que costumava compartilhar vídeos de eventos realizados nas igrejas evangélicas.

Nas filmagens, a vítima aparecia cantando e fazendo pregações religiosas, e normalmente estava cercada de outras mulheres.

Comentário do religioso e uma das postagens da vítima — Foto: Redes sociaisComentário do religioso e uma das postagens da vítima — Foto: Redes sociais

Uma outra interação da vítima e do suspeito dá a dimensão da proximidade que eles tinham. No comentário feito por Sara no perfil do Bispo Zadoque, ela afirma que ele é uma pessoa querida pela a família dela.

A cantora ainda cobrou um encontro entre as duas famílias, que deveria acontecer na casa dela, em Valéria, bairro de Salvador.

Sara fez comentário carinhoso nas redes sociais do bispo — Foto: Redes sociaisSara fez comentário carinhoso nas redes sociais do bispo — Foto: Redes sociais

O bispo foi preso na terça-feira (14), na Ilha de Itaparica. Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de participar da logística e da execução do crime, além de ter colaborado para incendiar o corpo de Sara na tentativa de omitir as provas.

Quem é o Bispo Zadoque

Dois dias antes de ser preso, o bispo postou um vídeo de uma pregação religiosa nas redes sociais, onde tem 10 mil seguidores. Na gravação, ele diz que “Deus prepara coisas boas para as pessoas que seguem a palavra Dele”.

Esse tipo de postagem era comum nas redes sociais do suspeito, que compartilhava a rotina em igrejas evangélicas. Além dos cultos, ele cantava música gospel e se dizia compositor.

“Sou Apenas Um Mordomo a Serviço do Céu”, escreveu o suspeito em uma das postagens.

 

Postagem do bispo nas redes sociais — Foto: Redes sociaisPostagem do bispo nas redes sociais — Foto: Redes sociais

Em um canal de vídeos na internet, o bispo tinha pouco mais de 5 mil inscritos. Uma das postagens, uma música chamada “Anjo com Anjo”, é o mais assistido do canal, com 327 mil visualizações.

Relembre caso

 

A cantora gospel Sara Mariano foi encontrada morta na BA-093, em Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. O corpo foi achado em 28 de outubro, após ficar dias desaparecida.

Sara Mariano foi encontrada morta em rodovia na Bahia — Foto: Reprodução/Redes SociaisSara Mariano foi encontrada morta em rodovia na Bahia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Além do Bispo Zadoque, outras duas pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no crime.

A primeira prisão foi a do marido de Sara, Ederlan Mariano. O delegado Euvaldo Costa, responsável pelas investigações, afirmou que ele “deixou claro sua intenção de destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos”.

Além disso, a irmã e a mãe da vítima afirmaram que Ederlan era agressivo com Sara. Segundo elas, a cantora contou que sofria agressões físicas e que era obrigada a manter relações sexuais com ele.

O Bispo Zadoque foi o segundo suspeito preso. Um dia após ele ser detido, o motorista por aplicativo Gideão Duarte, também foi preso.

Gideão foi encontrado por policiais na casa onde mora, na quinta-feira (15). Durante a investigação do caso, ele foi apontado como um motorista por aplicativo que teria feito uma corrida para Sara.

O carro dirigido na ocasião não era dele, mas sim de um vizinho, o empresário Hugo Ricardo Cora, também conhecido na comunidade religiosa como “Apóstolo Hugo”. Quando soube que o veículo estava envolvido no crime, o empresário foi até a delegacia e explicou que havia emprestado o carro. Na ocasião, Gideão foi ouvido na delegacia e liberado.

Gideão e Bispo Zadoque passaram por audiência de custódia nesta quinta-feira (16), e as prisões temporárias deles foram mantidas pela Justiça. Eles foram transferidos para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, mesmo local em que Ederlan Mariano está preso.

Uma quarta pessoa, de prenome Victor, também foi ouvida nesta quinta-feira. A polícia não informou se ele é suspeito de envovimento com o crime.

Fonte: G1

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