À CNN, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, disse que “a prioridade total do Instituto é o combate aos incêndios florestais que estão ocorrendo em grande quantidade na Amazônia, no Pantanal, principalmente na região Norte e central do país”.
Segundo ele, o número de brigadistas (cerca de 256 no Pantanal, que devem receber reforço até chegar a 300) e de equipamentos disponíveis para combater os incêndios “parece razoável” para os dias atuais. “Mas no final dessa temporada vamos fazer um planejamento ainda mais audacioso para que o enfrentamento às mudanças climáticas possa ser feito a altura do desafio”, completou.
“O Brasil tem um grande desafio, vamos ter que adaptar de maneira geral as cidades brasileiras para enfrentar enchentes e incêndios mais recorrentes por conta das mudanças no clima”, disse Agostinho.
Ele disse que o Ibama organizou, no começo do ano, um plano de ação para o Pantanal, mas que a região – a maior planície alagável do mundo – é muito grande e está muito seca. A situação delicada é agravada pela onda de calor que atinge o Brasil.
Além disso, as áreas afetadas pela onde de queimadas em 2020 no bioma continuam degradadas, o que faz com que elas continuem sofrendo com incêndios nos anos seguintes. Para Agostinho, além de combater o fogo é preciso fazer ações de recuperação nessas áreas.
“Nesse final de semana há previsão de chuva no Pantanal. Estamos trabalhando com afinco nesses focos de calor, mas também aguardamos ansiosos pela chuva”, acrescentou Agostinho.
Combate ao desmatamento ilegal
O presidente do Ibama afirmou que 73% dos índices de queimadas no país tem ligação direta com o desmatamento.
“O Pantanal também possui terras com preço um pouco abaixo do normal. Estamos vendo algumas pessoas comprarem terras no Pantanal e desmatar, muitas vezes ilegalmente”, disse Agostinho.
Segundo ele, casos nos quais o Ibama detecta a possibilidade de fogo criminoso são encaminhados às autoridades policiais e ao Ministério Público.
“O Ibama está bastante rigoroso”, acrescentou, citando o recorde de quase 18 mil autos de infração aplicados pelo órgão no ano de 2023.