CBF reforça acordo com Ancelotti para 2024 e espera que Diniz deixe legado e integre comissão

Diniz segue prestigiado na Seleção — Foto: CBF

O desafio de assumir a seleção brasileira depois de mais um fracasso em Copa do Mundo e promover uma grande transformação seria enorme para qualquer um. E é por isso que o começo ruim de Fernando Diniz não vai influenciar no combinado da CBF com o técnico, de tê-lo por um ano, de forma interina, até a chegada de Carlo Ancelotti.

Inclusive, a entidade espera que o legado de Diniz seja aproveitado, e que o treinador integre de alguma maneira a comissão do italiano, e facilite a sequência do trabalho, como auxiliar ou até algum tipo de consultor.

Em meio ao desempenho recente do Brasil nas Eliminatórias, sobretudo as duas últimas derrotas, para Uruguai e Colômbia, o presidente Ednaldo Rodrigues fez questão de reforçar internamente o apoio a Diniz. E por tabela, indicar novamente o acordo com técnico estrangeiro a partir da Copa América do ano que vem.

Portanto, a CBF sequer considera a possibilidade de saída de Diniz neste momento ou até o meio de 2024 para colocar outro treinador provisório. E entende que a metodologia do interino é boa, apesar dos resultados e do retorno aquém do esperado dado por alguns jogadores convocados para as três datas Fifa.

Na terça-feira, no Maracanã, o duelo com a Argentina pode colaborar para essa primeira impressão negativa do trabalho diante da torcida brasileira e para consolidar a pior campanha da seleção nas Eliminatórias até agora. Entretanto, Diniz e a cúpula da CBF estão pacificados que o processo de transformação da seleção se dará aos poucos, com percalços, e que nessa etapa resultados importam menos.

Sem muitas opções
O comentário interno na CBF é que Diniz teve um bom início, oscilou depois dos primeiros jogos mais fáceis e com vitórias sobre Bolívia e Peru, justamente quando precisou mudar peças e perdeu jogadores importantes, como Neymar e agora Vini Jr. A ideia, como o próprio treinador deixou claro, não era fazer uma revolução tão abrupta. E manter uma base da equipe consolidada por Tite. As lesões de nomes como Danilo, Casemiro e Militão pesaram contra, e Diniz ousou não só na manutenção do esquema sem retroceder, como nas peças escolhidas para lhe entregar o que pretendia.

Nesse hiato, houve, jogadores, comissão e direção da CBF admitem evolução entre o jogo do Uruguai e da Colômbia, apesar das duas derrotas, a última de virada.

— Olhar só o resultado não é uma coisa que me interessa muito, eu acho que a equipe vai evoluindo aos poucos e a tendência da evolução é você jogar bem, que os resultados começam a aparecer e, quando aparecer, já será de maneira consistente — justificou o treinador, admitindo a falta dos principais jogadores, sobretudo Neymar e Vini Jr.

— (A falta deles) É o mesmo que a Colômbia jogar sem o seu melhor jogador. Mas a gente não perdeu por conta disso — completou.

Depois de sair de campo com dores durante a derrota do Brasil para a Colômbia, Vinicius Junior voltou para a Espanha, para realizar o tratamento da lesão na coxa esquerda no Real Madrid. Ontem, o clube divulgou um boletim médico do jogador, em que revela que ele sofreu uma ruptura no bíceps femoral que afeta também o tendão distal. O clube não estima tempo de recuperação, mas de acordo com o jornal espanhol Marca, ele pode ficar fora dos gramados por dois meses e meio.

O Brasil perdeu muito por conta de seus craques fora de ação, mas sobretudo pela fragilidade defensiva que Diniz não conseguiu implementar. E que os jogadores não conseguiram exercer nos dois últimos jogos e desde o início das Eliminatórias. O time foi vazado seis vezes em cinco rodadas, mais do que em toda a campanha para a Copa do Mundo do Qatar, quando os adversários fizeram cinco gols em 17 jogos.

Os números passam por adaptação ao esquema novo, falta de opções de qualidade no setor e atuações ruins dos nomes chamados na atual lista, como Renan Lodi, Emerson Royal e até do volante Bruno Guimarães, homem de confiança de Tite. Outro jogador que se esperava entregar algo a mais pela proximidade com o técnico é André, do Fluminense, que recebeu a primeira chance como titular, e deve encarar a Argentina.

— Se jogarmos bem vamos estar mais próximos da vitória. Ninguém entra em campo pra jogar mal. É um processo, requer tempo, paciência, ta todo mundo ciente disso, de que tem que melhorar, mas a gente já vê evolução — declarou André.

Fonte: Extra

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