O Ministério Público Estadual lavrou nesta segunda-feira, 20, parecer favorável a prisão preventiva de um dos réus envolvidos na morte do empresário Marcelo Barbosa Leite, que foi atingido com um tiro de fuzil durante uma abordagem policial, na noite do dia 14 de novembro de 2022, em Arapiraca.
A medida se deu depois de um pedido do advogado que representa a família da vítima. Por meio de nota, o escritório de advocacia, que representa a família, informou que o MPE encaminhou à 5ª Vara Criminal de Arapiraca a sua posição técnica pela segregação de um dos réus, que responde pela prática dos crimes de homicídio qualificado, fraude processual e denunciação caluniosa.
O promotor Nilson Mendes de Miranda tomou como base a petição apresentada pelos advogados da família do ofendido protocolizada no último dia 13 de novembro, contendo registros fotográficos e imagens de redes sociais, que mostra um dos réus descumprindo as medidas cautelares definidas pelo Poder Judiciário, dentre elas o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de frequentar bares, shows e locais com uso de bebidas alcoólicas.
Ainda segundo a nota, o processo segue em curso e uma audiência com oitiva das testemunhas arroladas pela defesa e interrogatórios está marcada para o dia 05 de dezembro.
O caso tramita agora de forma pública após o pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas, de forma unânime, conceder o pedido formulado em sede de mandado de segurança. “A acusação segue confiante de que os réus serão pronunciados e irão à júri popular”, diz a nota.
O caso – No dia 14 de Novembro de 2022, o empresário Marcelo Barbosa Leite foi atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem policial do 3º BPM. Devido ao tiro, Marcelo perdeu um rim, o baço e parte do intestino. Ele estava internado no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, logo depois foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia, em Maceió. Devido as complicações em seu quadro de saúde, Marcelo foi transferido para uma UTI do Hospital Beneficência Portuguesa do Mirante, em São Paulo. Marcelo chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu e faleceu 21 dias após a abordagem.
Uma comissão especial de delegados, formada por Sidney Tenório, Cayo Rodrigues e Fillipe Caldas, foi nomeada para investigar o caso. O Ministério Público Estadual determinou a realização da reprodução simulada da abordagem, ocorrida no dia 16 de janeiro de 2023.
No início de fevereiro deste ano, os três militares que integravam a guarnição foram indiciados pela Polícia Civil. O comandante da guarnição, apontado como autor dos disparos contra o empresário foi indiciado pelos crimes de homicídio doloso, fraude processual e denunciação caluniosa. O segundo militar foi denunciado por fraude processual e denunciação caluniosa e, o terceiro, por fraude processual.
Em maio, a Justiça alagoana aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MP/AL) para incluir no banco dos réus mais um militar envolvido na abordagem. O quarto PM envolvido é acusado de fraude processual e é apontado como a pessoa responsável por dirigir o carro de Marcelo após o socorro e alterar a cena do crime.
Veja o arquivo de matérias sobre o caso:
Caso Marcelo Leite: Justiça torna réu mais um militar envolvido em morte de empresário
Caso Marcelo: Poal aponta consistência entre versões de PM e testemunhas
Caso Marcelo Leite: Comissão de delegados indicia militares pela morte de empresário
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Caso Marcelo Barbosa: Polícia Civil pede prorrogação para conclusão de inquérito
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