Landim defende Flamengo virando SAF e cita modelo ideal para clube construir estádio sem se endividar

Alexandre Vidal/Clube de Regatas do Flamengo

Além de aprovar a criação de uma camisa popular para a próxima temporada, a reunião no Conselho Deliberativo do Flamengo teve o presidente Rodolfo Landim discursando sobre SAF, em áudio vazado pelo site Mundo Rubro-Negro. O mandatário, inclusive, chegou a citar que o modelo é a saída para financiar o próprio estádio.

Durante a reunião, os conselheiros questionaram Landim sobre o risco de um endividamento por conta da construção de uma nova casa rubro-negra, desejo da atual diretoria e que tem a região do Gasômetro, na zona portuária do Rio de Janeiro, como local preferido dos cartolas. Em resposta, o presidente do Flamengo explicou a melhor forma que enxerga para que o clube tenha sucesso com essa medida.

Inclusive, Landim destacou a trajetória pessoal ao dizer que ‘ganhou dinheiro fazendo isso’. O presidente do Flamengo, que foi um empresário bem-sucedido no ramo do petróleo, defende que o modelo para ‘pagar o estádio’ é captando recurso de acordo com o valor de mercado do clube e não apenas vendendo título de sócio-proprietário. Segundo ele, escolhendo esse processo, a construção não traria riscos ao Flamengo.

“Você pode acreditar ou não, mas é uma discussão que eu acho que no futuro poderemos vir a ter com todos os sócios, e a decisão não vai ser minha, não vai ser sua, nós vamos ser dois votos, nós vamos ter todo o Flamengo para poder votar isso e decidir se ele entender que vale a pena. O Flamengo não é nem meu, nem seu. O Flamengo é de todos nós que somos sócios proprietários do clube”, disse Landim.

“Você tem que escolher o que você faz. Se você quer ter um estádio e não quer se endividar, você tem que chamar capital. E nada melhor do que chamar capital para o Flamengo no momento, mas não vendendo título a 15 mil reais, e sim captando recurso abrindo share de 500 mil reais por cada valor do título. É só isso que eu quero dizer. A forma de crescer patrimônio não é vender título por 15 mil ou 20 mil reais. É emitindo ações para diluir os sócios, mas mantendo o controle dos sócios, mas por um valor muito maior”, completou.

Outro ponto abordado sobre uma SAF foi sobre o poder que o clube tem a partir do momento que faz uma venda. Por conta disso, Landim voltou a reforçar o modelo que enxerga como ideal para evitar que o clube perca a força de controlar o futebol. Na declaração, o presidente do Flamengo ainda citou os times brasileiros como Botafogo, Cruzeiro e Vasco onde diz que esses clubes ‘não têm voz nenhuma’ no futebol.

“Eu acho que a gente pode fazer uma venda primária, só dilui a gente e entra mais capital, a gente poderia levantar todo o recurso necessário para a construção de um estádio sem nós perdermos valor nenhum. De mando, de governança dentro da SAF futebol, zero. Ele (o investidor) não vai poder fazer a bobagem, sabe por quê? Porque quem vai estar apontando quem vai ser o gestor da SAF vamos ser nós, não vai ser o presidente (do investidor). Vamos ser nós, a gente pode tirar ele a qualquer momento”.

Para finalizar, Landim fez questão de tranquilizar os conselheiros receosos de perderem o poder que têm atualmente no modelo do clube.

“Se você amanhã faz uma empresa Flamengo e dá para cada sócio proprietário uma ação de uma empresa chamada SAF, ele continua sendo sócio do clube, frequentando o clube. Ele vai continuar tendo o poder de definir isso que a gente estava definindo aqui, a cor da camisa, porque quem vai mandar no clube, ao contrário do que existe nos outros clubes, é o Flamengo”, finalizou.

Fonte: ESPN

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