Prefeitura de Maceió decreta situação de emergência pelo risco de colapso no Mutange

Medida estipula que devido ao quadro emergencial, todos os órgãos que integram a Administração Pública vão atuar conjuntamente

Braskem

Defesa Civil diz que área está sendo monitorada

A prefeitura de Maceió decretou situação de de emergência por 180 dias devido ao iminente colapso da mina nº 18, mantida pela Braskem, na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, na capital. A publicação foi assinada pelo prefeito João Henrique Caldas e publicado em edição extraordinária do Diário Oficial do Município, nesta quarta-feira, 29.

Acesse a publicação aqui.

Ficou determinado que, pelo quadro emergencial, todos os órgãos que integram a Administração Pública vão atuar conjuntamente, sob a liderança da Coordenadoria Executiva Institucional da Prefeitura de Maceió e da Defesa Civil Municipal, em ações de resposta ao desastre, principalmente no atendimento à população atingida, reabilitação das áreas atingidas e reconstrução do cenário.

A Prefeitura de Maceió ainda autoriza a convocação de voluntários para reforçar as medidas e iniciar mobilizações, com campanhas de arrecadação de donativos e recursos junto à comunidade, para facilitar as ações de assistência e dar uma resposta rápida aos afetados.

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O decreto é fundamentado no artigo 5º da Constituição Federal, que autoriza as autoridades administrativas e os agentes de defesa civil a atuarem, em caso de risco iminente, como este, a adentrar em imóveis residenciais e comerciais para atendimento imediato ou para determinar a pronta evacuação.

A medida emergencial ainda permite a captação de recursos de outras esferas e compras necessárias às atividades de resposta ao desastre com mais celeridade.

O decreto foi baseado em informativo técnico, expedido pela Coordenadoria Especial Municipal de Proteção e Defesa Civil de Maceió (COMPDEC), que trata sobre considerações sobre a ocorrência de abalos sísmicos frequentes monitorados e detectados na região atingida pelo colapso.

Abrigos

Após uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Educação (Semed), finalizada no início da noite de hoje, ficou determinado que seis escolas municipais devem ser preparadas para servir, de forma preventiva, de possível abrigo para pessoas que moram próximas àquela região, em caso de necessidade.

Os alunos que estudam no horário da tarde foram liberados mais cedo para que os preparativos já fossem iniciados.

A medida pode atender até 5 mil pessoas, contudo ainda não há pedido por parte da prefeitura para que esta população deixe suas casas.  Confira quais são:

A Secretaria Municipal de Educação de Maceió está disponibilizando, a princípio, seis unidades escolares para abrigar moradores da região do Mutange e adjacências, caso necessário. São elas:

  • Escola Professora Maria José Carrascosa (Poço)
  • Escola Rui Palmeira (Vergel)
  • Escola Antídio Vieira (Trapiche)
  • Escola Pompeu Sarmento (Barro Duro)
  • Escola Lenilto Alves (Jacintinho)
  • Escola Brandão Lima (Benedito Bentes)
Defesa Civil

No início da noite desta quarta-feira, 29, a Defesa Civil de Maceió informou que continua a acompanhar, de forma ininterrupta, o risco de colapso da mina nº 18, próxima ao antigo campo do CSA, na região do Mutange, um dos bairros desocupados por conta do afundamento de solo.

Reprodução / TVPajuçara

Mina nº18

Em entrevista à TVPajuçara, Abelardo Nobre, coordenador da Defesa Civil de Maceió, explicou que o risco acontece porque a mina em questão não passou pelo preenchimento que vem sendo realizado de forma programada. Ele explicou que esta mina é de difícil acesso e estava no cronograma, mas “não chegou a dar tempo” de ser preenchida.

Ele confirmou também que visualizou rachaduras no solo próximo à mina, que demonstram que dentro da cavidade não há mais resistência e que o colapso é iminente.

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Ainda assim, Abelardo enfatizou que não há motivo para pânico, mas ressaltou que a população deve evitar transitar pela área dos bairros afetados, inclusive que pescadores e canoeiros respeitem a demarcação com boias feita na lagoa pela Marinha do Brasil.

“Isso já era previsto, tanto que desde 2019 foram feitos os mapas, foi feita a evacuação da área, foi montada essa rede de sismógrafos, de tiltímetros, de GPS, justamente para que um momento como este, que todos os instrumentos fornecem dados, que no conjunto a gente chega a esta conclusão a gente possa alertar a população. […] A gente tá com esse cuidado, não há motivos para pânicos, para que as pessoas fiquem aterrorizadas porque tem uma Defesa Civil preparada. Os outros órgãos também de segurança também já estão postos e prontos para reagir de acordo com o que o evento vier a demonstrar. “, disse o coordenador.

A respeito especificamente aos moradores do bairro do Pinheiro e dos Flexais, o coordenador explicou que o raio do colapso não deve atingir estas regiões.

Confira na íntegra a nota atualizada da Defesa Civil, emitida às 17h50 desta quarta-feira (29):
NOTA DA DEFESA CIVIL DE MACEIÓ

A Defesa Civil de Maceió informa que continua monitorando a região do antigo campo do CSA, onde estudos mostram um risco iminente de colapso em uma das minas existentes, área inclusive já desocupada. Por precaução e cuidado com as pessoas, reforçamos, mais uma vez, a recomendação de que embarcações e a população evitem transitar no local até nova atualização do órgão.

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