A Polícia Civil concluiu que o turista austríaco que sumiu na Praia da Joaquina em outubro, e foi encontrado no mar de Florianópolis, teve morte acidental por afogamento. A informação foi divulgada pela Delegacia de Proteção ao Turista na segunda-feira (5), após a conclusão do inquérito que tratava do desaparecimento de Michael Lichtenegger.
O austríaco tinha 40 anos e desapareceu no dia 19 de outubro em uma praia conhecida pelas ondas grandes e o mar agitado. O corpo dele foi encontrado após 10 dias, em uma ilha no sul da cidade. A identificação do cadáver foi feita pela Polícia Científica.
O inquérito aberto para descobrir o paradeiro o turista pediu a quebra de sigilo dos dispositivos eletrônicos de Lichtenegger e não encontrou conversas que indicassem que o turista estivava em risco. Além disso, foi afastada a possibilidade de suicídio, já que não “há elementos de comportamento autodestrutivo da vítima”.
A investigação apontou, ainda, que o turista deixou os objetos pessoais em uma mochila e entrou no mar. A confirmação de que não havia sinal de violência no corpo da vítima reforça a conclusão:
“O mar encontrava-se bastante agitado e com correntes marítimas significativas, sinalizado com bandeira vermelha. Não havia ninguém junto a turista, o que indica que ele ingressou sozinho no mar. A falta de retorno do turista à praia para buscar seus pertences é elemento que reforça, por fim, a morte acidental por afogamento do estrangeiro”, concluiu a investigação.
Imagens de monitoramento também foram analisadas durante as investigações, e mostraram o austríaco deixando um restaurante perto da faixa de areia. O local é próximo de onde a mochila dele foi encontrada dias depois.
Além das polícias Civil e Militar, e do Corpo de Bombeiros, a investigação contou com o apoio das autoridades austríacas e paraguaias. A Marinha do Brasil, Epagri, Defesa Civil, Polícia Federal e o Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF) também auxiliaram nas investigações.
Identificação
A identificação do corpo do austríaco foi feita a partir da comparação da arcada dentária do cadáver com uma radiografia odontológica da vítima. Os dados foram obtidos junto ao Consulado da Áustria, após um pedido da polícia catarinense.
Para a identificação, a Divisão de Odontologia Legal da Polícia Científica comparou a radiografia com diversos tratamentos odontológicos identificados no cadáver, como implantes, próteses e tratamentos de canal. O corpo do homem foi liberado após a família do estrangeiro viajar até o Brasil.
O desaparecimento foi registrado pelo SOS Desaparecidos, da Polícia Militar. Segundo a polícia, Lichtenegger trabalhava como nômade digital e viajaria para São Paulo no dia seguinte ao registro de desaparecimento, em 20 de outubro.