Tite encerra nesta quarta-feira (6) seu primeiro campeonato à frente do Flamengo, em um estádio bastante relevante para sua carreira e que poderia ter sido sua casa há 20 anos, antes de se tornar o técnico quase incontestável que é hoje.
Em 2003, Tite esteve muito perto de assumir o São Paulo, adversário rubro-negro nesta noite, às 21h30 (de Brasília), no Morumbi, pela última rodada do Campeonato Brasileiro.
O treinador estava no Grêmio no primeiro semestre daquele ano e virou o alvo do São Paulo após a demissão de Oswaldo de Oliveira, em maio. No início do mês seguinte, Tite pediu demissão da equipe gaúcha, onde despontou no cenário nacional ao conquistar a Copa do Brasil em 2001, e intensificou as negociações com a equipe do Morumbi.
Tite teve duas reuniões pessoalmente com Marcelo Portugal Gouvêa e Juvenal Juvêncio, então presidente e diretor de futebol do São Paulo, uma delas inclusive na casa de Juvenal. Tudo indicava que as partes chegariam a um acordo rápido, até porque o Tricolor, sob comando do interino Roberto Rojas, tinha pressa.
“Conversamos hoje e amanhã deveremos dar continuidade neste assunto”, chegou a declarar o presidente tricolor, ao jornal Folha de S. Paulo, em junho de 2003.
As negociações, porém, foram interrompidas dias depois. Na época, especulou-se que o desacordo foi por motivo financeiro, com Tite pedindo um salário acima do proposto pelo São Paulo. Anos depois, em entrevista ao ge, o treinador esclareceu por que não aceitou a oferta.
“Muita gente falou que o problema com o São Paulo foi a grana, mas não é verdade. Cheguei a ir até a casa do Juvenal para conversar, mas a direção gostaria que eu assumisse imediatamente. Eu não tinha condições porque minha esposa estava grávida e havia acabado de perder o bebê”, explicou o comandante, em 2011.
Semanas depois de dizer não ao São Paulo, Tite iniciou sua história no futebol paulista, mas em outra equipe: o São Caetano, onde foi apresentado em julho de 2003 e ficou até fevereiro de 2004. Três meses depois, assumiu o Corinthians, onde evitou o rebaixamento no Brasileirão e trabalhou até meados de 2005.
O técnico voltaria a dirigir o Timão no fim de 2010, quando começou a vitoriosa história que o transformou em uma lenda.
Já o São Paulo, sem Tite, apostou na figura de Rojas como interino até o fim da temporada e conquistou a classificação à CONMEBOL Libertadores do ano seguinte. A partir de 2004, começou a montagem do elenco que viria a ganhar o título sul-americano e também o Mundial de Clubes.