O segundo grupo de pessoas que o governo brasileiro tenta retirar da Faixa de Gaza já conseguiu chegar até a fronteira com o Egito e aguarda autorização para deixar o território nesta quarta-feira (6), afirmou a Embaixada do Brasil na Palestina.
O grupo é formado por 85 pessoas, entre brasileiros e palestinos parentes dos que já foram repatriados no primeiro grupo. Eles estavam nesta manhã já concentrados perto do controle da cidade fronteiriça de Rafah, a cidade entre o sul de Gaza e nordeste do Egito, e atualmente a única via de saída do território palestino.
“Conseguimos concentrar 85 brasileiros e familiares próximos em Rafah, retirando-os dos teatros de operações mais intensos de Khan Younes, Deir al Balah e do campo de refugiados de Nuseirat, e colocando-os muito próximos do passo de fronteira”, disse o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.
Outras 17 pessoas que constam na lista de nomes enviadas pelo Itamaraty a Israel e ao Egito não estão em Rafah e aguardam autorização para deixar Gaza em residências próprias no sul do território palestino, ainda segundo a Embaixada.
Agora, a última etapa para que o grupo consiga cruzar a fronteira, disse Candeas, é a autorização por parte de Israel e do Egito, que controlam a entrada e saída de Rafah. Ambos os países analisam cada nome enviado por embaixadas de todo o mundo.
Na terça-feira (5), a Embaixada disse esperar que a autorização saia ainda este semana.
A iminência da aprovação coincide com uma semana de intensos bombardeios, inclusive em Khan Younes, a maior cidade do sul de Gaza e onde parte do grupo que espera da liberação da lista do Itamaraty estava até terça-feira.
Segunda lista
A segunda lista de pessoas que o Itamaraty tenta retirar de Gaza tem cerca de cem pessoas – mais que o triplo que o primeiro grupo retirado do território pelo Brasil, formado por 32 brasileiros. A primeira leva conseguiu deixar o território em 12 de outubro. Eles atravessaram a fronteira com o Egito e, de lá, voaram até Brasília em um avião cedido pela Presidência.
Entre elas, está um bebê brasileiro, filho de uma palestina que vive no Brasil mas estava em Gaza quando a guerra entre o Hamas e Israel estourou, em 7 de outubro.
Também estão na nova lista:
- Brasileiros que vivem em Gaza e haviam desistido de ir ao Brasil, mas mudaram de ideia com a piora das condições de vida no território;
- Mães, pais e parentes mais distantes de pessoas do primeiro grupo;
- Brasileiros que visitavam o território, como a mãe e os irmãos do bebê brasileiro, que vivem no Espírito Santo.