Eliana piscou e os festejados 50 anos em 2022 viraram 51, assim, do nada, em 2023. Uma passagem apenas. Mal deu tempo de sentir. É que a apresentadora gostou desse lugar. O avançar do calendário não a faz sofrer. Pelo contrário. O que pode ser, e quase sempre é, uma tormenta para muitos, para ela tem sido uma fase de aprendizados, conclusões e descobertas. Como a da sexualidade mais latente, da maternidade vista de outro ângulo, dos afetos verdadeiros, da busca pelo novo e da finitude.
“Eu quis muito comemorar meus 50 e quero comemorar os outros que vierem. Estou me sentindo inteira, mais experiente, feliz com minha profissão, com minha família, com o que vivi até aqui e ainda posso viver. Tenho tanto a construir ainda, e com saúde para fazer mais e mais. Acho que a passagem de um ano para o outro foi leve, nem senti, justamente por isso. Não estou contando os anos, mas somando mais vida a eles”, avalia.
A Eliana de 20 anos atrás era…
“Uma menina que tinha deixado a adolescência de lado para trabalhar e correr atrás do seu sonho de ser artista. Muito regrada e focada, mas também um pouco insegura. Nem todas as minhas apostas eram acertadas nessa época, mas quase sempre rendiam aprendizados”.
A palavra menopausa causa a sensação de…
“Ainda não entrei no climatério, mas diria que a palavra sobre isso é: naturalidade. É isso. Acho importante tratarmos desses temas, que são da nossa saúde, com naturalidade. Até porque são processos que muitas de nós enfrentamos, então a troca de experiências na nossa rede de apoio é super importante nesses momentos”.
Meu casamento é…
“Meu casamento representa parceria e companheirismo. É um dos meus portos seguros (Eliana é casada há oito anos com o diretor Adriano Ricco)”.
O sexo na “meia idade” é tão…
“Mais legal! O avançar da idade me trouxe mudanças na forma com que lido com a sexualidade. Atualmente, me sinto mais bem resolvida comigo mesma, meu corpo e minha autoconfiança. Acho que o sexo só melhora quando todos esses elementos estão alinhados. As preliminares ficam mais interessantes, a qualidade vence a quantidade e cada pequeno detalhe faz a diferença. As coisas ganham mais cor, sabe? Isso tem muito a ver com o avanço das pautas feministas, eu diria. Hoje temos acesso a discussões e debates superlegais, que nos empoderam, e que não eram tão comuns lá nos meus 20 e poucos anos. Hoje, com a sabedoria dos 50, consigo exercitar mais minha autoestima. A vida e o sexo só melhoram a partir daí. Lá no programa ‘Eliana’, por exemplo, um dos nossos quadros mais longevos é o ‘Beleza renovada’, exatamente pela potência que enxergo em mulheres amando a si mesmas”.
Na minha carreira eu quero chegar…
“A novos desafios sempre. Amo meu ofício. Muitas vezes é minha válvula de escape assim como fazer ioga. Quando estou no palco é o meu momento de relaxamento. Me comunicar e ser ouvida é incrível. Nunca tive ese momento de querer parar. O que faço com frequência é estar intensamente com meus filhos nas férias, fins de semana. Aí, sim, não penso em trabalho”.
A maternidade veio na hora…
“Certa. Trabalhei com crianças durante 16 anos, me descobri como mulher, sempre gostei muito de criança, sabia que uma hora isso ia aflorar em mim. Aos 36 anos, o desejo aumentou, e estava num hora boa, psicologicamente falando, era um solo seguro e fértil. Arthur (12 anos) chegou na minha vida quando eu tinha 38 anos, foi muito bem-vindo, planejado. A Manuela (6 anos) veio quando eu tinha 44. Tive um aborto antes, achei que não fosse engravidar mais, meu marido não tinha filhos e eu disse: ‘segue seu caminho porque aqui não vai rolar’. E ele disse que independentemente disso, me amava e queria ficar. Ele me fez me sentir mais forte, mais segura na relação, e, três meses depois, engravidei. Foi de maneira leve, natural, porém, a gestação foi complicada, tive que ficar cinco meses fora do meu trabalho. Foi muito difícil da maneira que foi e eu precisava salvar a minha filha. A fé que eu tenho, sou devota de Nossa Senhora, foi muito importante. Levei minha filha até ela e pedi que a ajudasse a sobreviver”.
Eu serei uma sogra…
“Acho que bacana. Estou preparada porque eu quero ver meus filhos felizes e vivendo o que acho mais lindo numa adolescência, que são as decobertas. Tive que ser emancipada porque viajava com o grupo As Patotinhas, cantando aos 14 anos, aos 16 comecei apresentando programas, e sempre namorando sério. Quando você namora, você se conhece melhor, descobre coisas sobre si mesmo. Eu sou uma mãe que curte ver os filhos se descobrindo. Sempre criei o Arthur para ser um rapaz que respeite as meninas, que entenda as relações e relacionamentos. Na minha época, namorar me deu a ideia de relação a dois de muito amor e respeito, foi o início de uma jornada menina/mulher. Lembro muito de me conhecer como mulher, o primeiro beijo, a primeira vez, tudo isso me formou a mulher que sou hoje. Então quero vê-los felizes no amor. Claro, eu sou uma leoa. Se não cuidar bem deles, estarei por perto, sempre muito atenta”.
Quero ensinar minha filha…
“A Manu vai ser uma mulher muito determinada porque já demonstra que sabe o que quer. Tudo o que aprendi com a minha avó, minha mãe também e venho aprendendo com ela. A Manu me ensina com a doçura dela, com seus nãos… A vida lá fora não é fácil para as mulheres. Vou deixá-la se posicionar, estimular isso. Quero que ela seja forte, porque ela vai precisar disso na vida dela”.
Envelhecer é um grande…
“Presente! Eu até costumo comentar sobre isso com a minha mãe. Que alegria deve ser ela poder assistir às filhas dela crescerem e prosperarem… E agora ela tem também os netos em volta. Como mãe, diria que esse é um dos meus sonhos, sabe?”.
A Eliana de 70 anos será…
“Muito feliz de ver seus filhos crescidos e felizes, se Deus quiser! Quero ainda estar na ativa, no meu ofício de comunicadora, transmitindo informação e entretenimento. Mas quem sabe num formato diferente… Não sei. Sem pensar no colágeno ou nas pressões estéticas, quero estar viva, feliz, trabalhando e rodeada pela família. O futuro pra mim é esse”.