No início da noite desta segunda-feira, 18, entregadores iniciaram um protesto, concentrado inicialmente na Avenida Amélia Rosa, no bairro Jatiúca, em Maceió, em repúdio ao episódio envolvendo um membro da categoria, espancado naquela região após ser confundido com um ladrão.
Com cartazes e com as ‘bags’ (bolsas usadas para armazenar mercadorias para serem transportadas em motos) no chão, eles querem chamar a atenção da população e exigir maior respeito aos trabalhadores deste setor.
Em entrevista à TVPajuçara, o profissional de 19 anos, identificado como Arthur, alvo da violência, relatou como tudo aconteceu. Ele contou que passava pela região, pouco depois de uma mulher ter sido seu celular levado por um assaltante. Ele estaria de bicicleta e quando a corrente de seu transporte caiu e ele parou para ajeitá-la, ele foi prontamente agredido por um popular, que lhe deu uma rasteira e lhe amarrou.
Ele disse ainda que a vítima e outras pessoas começaram a gritar “pega ladrão” e que a mulher teria, inclusive, dito que o celular dela, seria o aparelho que o jovem levava em mãos. “Eu mandei ela colocar a senha [no celular], aí já veio outro e colocou a pistola na minha cabeça. E outro já veio e me deu quatro tapas na cara, no momento em que eu ia me informar com outro entregador, sobre o que estava acontecendo”, explicou.
O rapaz alvo da agressão contou ainda que todo o tempo tinha sua cabeça colocada dentro da ‘bag’ de entrega, para “não reconhecer” quem estava ali cometendo a agressão.
O entregador segue dizendo que foi ele mesmo que solicitou que chamassem a polícia, mas que, quando os policiais chegaram, a conduta coercitiva continuou e que ao ser colocado dentro da viatura, teria sido agredido com um tapa na cara, por um dos militares, antes de ser levado até o bairro da Jacarecica, onde foi deixado, sem meio de transporte e sem seus bens, sendo obrigado a voltar para casa a pé.
“Eu achei que ele ia com ela [a vítima de assalto] pra ela provar que eu roubei ela, como ela disse. Eu mandei eles me levarem. Eles me deixaram lá na Jacarecica, aí danificaram minha ‘bag’ e minha ‘bike’. E eu vim a pé lá da Jacarecica. Já vim em casa, já. Conversei com minha mãe o que aconteceu. Mostrei para ela os cortes e já fui loga fazer o boletim de ocorrência”, contou.
O representante da categoria, Luciano Lins, explicou que está dando todo o suporte ao jovem e que o setor jurídico da associação já está acompanhando o caso.
Os manifestantes prometeram não bloquear nenhuma via, mas disseram que vão fazer um ‘buzinaço’ pacífico pela rua do bairro. Com o ato, os serviços de entrega deve sofrer atrasos na noite de hoje.