A Polícia Federal ampliou para três perfis a investigação de ameaças contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais e vai apurar se houve alguma responsabilidade do deputado Nikolas Ferreira.
Investigadores ouvidos pela CNN dizem que todas os comentários agressivos foram feitos após uma postagem do deputado do PL sobre a virada do ano de Lula numa praia das Forças Armadas no Rio de Janeiro, com a legenda “o pai dos pobres, popular e amado pelo povo”.
Não está claro para a PF, no entanto, se o deputado teve algum envolvimento jurídico relevante com o caso. “Investigação é para apurar fatos. Se ele tiver alguma relação juridicamente relevante com os fatos, será investigado formalmente”, diz uma fonte.
Procurado, o deputado não se manifestou.
Até agora foram identificados três perfis de seguidores do deputado que postaram ameaças contra o presidente. O primeiro deles, que iniciou a investigação, afirmou que era preciso “fazer uma vaquinha para pagar um mercenário com um rifle de alta precisão”.
O segundo disse que se tratava de uma “oportunidade pros drones de Israel fazerem uma visitinha a tal praia”. Já o terceiro afirmou que “na Bíblia diz que pode matar um ladrão que veio te roubar, então pode fuzilar o Lula de boa”.
O primeiro perfil admitiu que errou, disse que era vítima de perseguição política e fechou a conta. O segundo perfil segue ativo, enquanto o terceiro também desativou sua página no X.
Segundo advogados consultados pela CNN, os donos dos perfis podem responder por incitação ao crime ou ameaça, com penas que variam de 1 a 6 meses de detenção mais multa com agravante pela vítima ser agente público.
Se for réu primário, deve responder em liberdade, mas podem ser alvo de medidas cautelares, como restrição do uso das redes sociais e quebra de dados para verificar se ele realmente tentou algo ou conspirou com alguém.
O caso do deputado Nikolas é diferente porque a mensagem escrita por ele é muito mais leve e ele possui imunidade parlamentar.