Morreu na manhã deste sábado o filho do miliciano Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit, de 44 anos, apontado como braço direito do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. O garoto, de apenas 9 anos, estava no carro do pai quando ele foi emboscado e morto a tiros na comunidade Três Pontes, em Paciência, na Zona Oeste do Rio, na manhã de sexta-feira. O menino estava internado em estado gravíssimo no hospital Miguel Couto, na Zona Sul. A morte foi confirmada pela Secretaria municipal de Saúde (SMS).
De acordo com as investigações, Pit era um dos responsáveis pelas finanças do grupo de Zinho, que se entregou no último domingo. Ele possuía duas anotações criminais uma por formação de quadrilha e outra por porte de arma.
Pit chegou a ser preso pela Polícia Civil em maio de 2019, mas foi solto em setembro deste ano. A prisão havia sido feita por policiais da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas(Draco). Junto com ele, estava também Paulo Roberto Carvalho Martins.
O crime, que resultou na morte de Pit, aconteceu por volta das 10h, na Rua Cerquilho. O corpo da vítima estava num automóvel Gol branco
A Polícia Militar informou que policiais do 27ºBPM (Santa Cruz) foram acionados para a ocorrência e no local encontrou um homem em óbito, isolou o local e acionou a Polícia Civil, além de ter reforçado policiamento no local. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) está investigando o crime.
“Ainda na mesma ação, os agentes receberam a informação de que uma segunda vítima dos disparos de arma de fogo,uma criança, foi socorrida ao Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz.”, diz a nota. Segundo a PM, a criança teria sido atingida por estar brincando numa praça.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o menino, de 9 anos, “se encontra em estado gravíssimo no Hospital Municipal Miguel Couto (HMMC). Ele recebeu os primeiros cuidados na UPA de Paciência e foi transferida para o HMMC”.
Quem é Zinho?
Com doze mandados de prisão expedidos em seu nome, segundo o governo do estado, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, era o miliciano mais procurado do Rio de Janeiro. Sentenças e despachos de magistrados, referentes a decretações de prisões preventivas do bandido, apontam-no como chefe do maior grupo paramilitar da Zona Oeste. Dados de processos revelam ainda que Zinho responde, entre outras acusações, por ordenar o uso de carros clonados para localizar e executar rivais, por ser mandante da morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, apontado pela polícia como um dos fundadores da milícia, e por determinar o pagamento de propina a policiais para ser informado de operações.
A lista de crimes inclui ainda um esquema milionário de lavagem de dinheiro em que Zinho teria usado o nome da mãe de um comparsa para movimentar mais de R$ 4 milhões em uma conta bancária. O dinheiro seria uma pequena parte das extorsões praticadas pelo grupo criminoso. As informações constam de um processo que apura crime de organização criminosa, em trâmite na 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.
A mesma investigação menciona a ordem de Zinho para oferecimento de propina a policiais civis e militares para ser informado sobre operações para sua captura. Zinho também determinava o uso de carros clonados pelo bando. “Na condição de líder do grupo criminoso, concorreu eficazmente para a prática de diversos delitos de receptação, à medida que, por deter o domínio final dos atos criminosos da malta, determinou que seus subordinados recebessem, ocultassem e conduzissem veículos ‘clonados’, que sabia serem produtos de crime. Tais veículos eram utilizados pela horda para a condução das atividades ilícitas inerentes à existência e à estabilidade do grupo, em especial para a realização de “levantamentos” de informações de rivais que seriam por eles eliminados e para a prática de homicídios”, escreveu o magistrado em um dos trechos da decisão.