Morreu o padre Paulo Müller. Ele tinha 87 anos e enfrentava problemas respiratórios. A informação foi confirmada pela Diocese de Novo Hamburgo.
O velório ocorreu na capela ecumênica do Jardim da Memória, no município da Região Metropolitana. Depois da cerimônia, o corpo foi sepultado no cemitério da paróquia Nossa Senhora da Piedade.
O padre Müller deixa quatro filhos, cinco netos e três bisnetos do casamento antes do sacerdócio. O religioso foi ordenado em 1992, cerca de quatro anos depois do falecimento da esposa, Lizzete, com quem foi casado por 29 anos.
“Hoje Deus chamou um anjo que cumpriu sua missão como esposo, pai, avô, bisavô e sacerdote. Descanse em paz, meu pai amado”, escreveu Adriano Müller, filho do religioso e ordenado diácono permanente na diocese de Novo Hamburgo há pouco mais de um mês.
Em maio de 2022, o padre celebrou o casamento de um dos netos. A cerimônia foi realizada na Igreja Santa Teresinha, em Porto Alegre. O padre Paulo ressaltou a importância de respeito, igualdade e parceria necessários para a vida de um casal.
Sacerdócio após o casamento
Em reportagem de 2022, o padre relatou ao g1 que, já na infância, gostava da função religiosa. No entanto, depois do serviço militar, deixou de cogitar a possibilidade de seguir a vocação. Foi naquela época, na década de 1950, que conheceu a esposa em uma cafeteria.
“Na primeira vez que eu vi ela, [disse]: ‘pois é, dona Lizzete, eu vou lhe dizer uma coisa com toda a coragem, a senhora vai ser a mãe dos meus filhos’. Ela ficou escandalizada com aquilo”, recordou-se na ocasião.
Mesmo casado, ele lia a Bíblia e cumpria os sacramentos católicos. Depois de 29 anos de relação, Lizzete faleceu. Buscando amparo, o futuro padre decidiu participar das atividades da igreja, sendo catequista, ministro da eucaristia e, depois, diácono.
Depois de atender um sepultamento em que os familiares do falecido cobraram a presença de um padre, o então diácono decidiu ir para o seminário. O bispo de Novo Hamburgo na época, dom Boaventura Kloppenburg, levou o pedido de Paulo para o Vaticano, que autorizou a formação do religioso.