Com apenas 39 anos, Thiago Carpini terá a maior chance da curta carreira de treinador de comandar o São Paulo. Ele ficará na vaga de Dorival Jr., que assumiu a seleção brasileira. Apesar da pouca idade, o jovem treinador vai para o oitavo clube na função de técnico.
Visto como um dos nomes mais promissores da nova geração, ele é fã da escola argentina de treinadores e coleciona bons trabalhos em equipes de menor investimento nas últimas temporadas.
Antes de virar técnico, Carpini teve uma carreira como jogador encerrada de forma precoce. Formado na base do Paulista de Jundiaí, à época comandado pela Parmalat, ele jogou por Guarani, Ponte Preta, Atlético-MG e Bahia até pendurar as chuteiras aos 32 anos pela Caldense-MG, após o Campeonato Mineiro de 2017.
“Tive muitos problemas com lesão. Na reta final, já pensava em permanecer no futebol após parar de jogar, mas não sabia em qual função ainda”, disse ao programa “Lente Esportiva ABC”, em 2021.
“Quando ainda jogava pelo Guarani, comecei a fazer faculdade de educação física porque precisava me preparar. Fiz os cursos da CBF e da AFA (Associação do Futebol Argentino). Gosto muito de aprender sobre futebol todos os dias”, contou.
Logo que parou de jogar, virou assistente do técnico Evaristo Piza no XV de Piracicaba e depois no Botafogo-PB antes de ser convidado pelo ex-meia Fumagalli para ser auxiliar fixo do Guarani. Após a demissão de Roberto Fonseca na Série B, ele assumiu como treinador e ajudou a salvar o Bugre do rebaixamento, em 2019.
Demitido no Campeonato Paulista do ano seguinte, Carpini teve uma curta passagem pelo Oeste-SP, que vivia uma crise na segunda divisão nacional. Logo depois, disso visitou alguns clubes na Europa em busca de aprendizado.
“Passamos um período no Atlético de Madrid com o Simeone, no Barcelona e no Valladolid. O CEO do Valladolid foi um grande amigo que fizemos na Inter de Limeira. Pude absorver ideias e acho que os treinadores brasileiros têm se modernizado e estudado. Vejo muitas diferenças do comportamental do atleta no exterior. Isso me chamou muito a atenção”, contou Carpini.
“Estava muito curioso para ver a metodologia do Barcelona, que me agrada e me encanta. A ideia de jogo está muito enraizada. O Simeone, que é um treinador com longevidade, tem conceitos de comportamento muito bem definidos”.
Depois disso, classificou a Inter de Limeira e o Santo André em dois anos seguidos para as quartas de final do Paulistão. Na Série D de 2022, comandou a Ferroviária sem sucesso antes de fazer a temporada que o projetou no cenário nacional.
Em 2023, ele levou o Água Santa até a inédita final do Paulistão – eliminando o São Paulo nos mata-matas – e sendo derrotado pelo Palmeiras. Em seguida, assumiu o Juventude, que lutava contra o rebaixamento para a Série C, e conseguiu o acesso para a elite do Brasileirão.
Com o grande sucesso, Carpini foi procurado pelo Santos e foi especulado no Cruzeiro antes de ser contratado pelo São Paulo.