ois homens suspeitos de participarem na morte da policial militar Sabrina Freire Romão Franklin, em São Paulo, foram presos nesta quarta-feira (24) após a Justiça expedir mandado de prisão temporária contra eles. Um deles se apresentou no 8º Distrito Policial com um advogado.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um dos suspeitos foi localizado por investigadores do 25º DP. Já o segundo se apresentou na delegacia com seu advogado. Os dois foram recolhidos à carceragem.
Ainda conforme a SSP, o inquérito policial sobre a morte da soldado segue aberto pelo 25° DP (Parelheiros), que investiga o caso.
Na última sexta-feira (19), outros dois suspeitos chegaram a ser presos pela polícia. Contudo, na segunda-feira (22) eles foram liberados após prestarem depoimento no 25º Distrito Policial.
Conforme a SSP, esses dois homens continuam sendo investigados em outro inquérito que apura o envolvimento deles no roubo de motos.
Tentativa de assalto com morte
A morte da policial foi registrada na noite de quinta-feira (18). Sabrina Freire Romão Franklin seguia pela Estrada Ecoturística de Parelheiros em uma moto, quando foi abordada por dois homens, que também estavam em uma motocicleta.
Uma câmera de segurança registrou o momento em que um dos ladrões abordou Sabrina e a derrubou no chão. Em seguida, ele apontou a arma e atirou nas costas da vítima, que permanecia caída.
No registro é possível ver que a dupla voltou ao local do crime para pegar um objeto no chão, que estava ao lado da policial. A suspeita é de que os criminosos tenham levado a arma da soldado, já que não foi localizada.
Sabrina chegou a ser levada ao Hospital Parelheiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A pasta ainda lamentou a morte da soldado.
“A SSP lamenta o falecimento de uma policial militar, de 30 anos, ocorrido na noite desta quinta-feira (18), na Estrada Ecoturística De Parelheiros, na zona sul da Capital”, afirmou, em nota.
O governador Tarcísio de Freitas também lamentou a morte de Sabrina nas redes sociais.
“Lamento profundamente a morte da soldada da @PMESP Sabrina Freire, alvo de criminosos que covardemente atacaram quem atua com o firme propósito de proteger a sociedade. Meus sentimentos à família e amigos, com o compromisso de que sua morte não será em vão. Podem ter certeza de que nenhum ataque à polícia de São Paulo ficará impune”, escreveu.
Sabrina trabalhava na 3° Cia do 22 BPM/M. O caso foi registrado como latrocínio no 101° DP (Jardim das Imbuias).
Em entrevista à TV Globo, Jennifer Chaves, policial militar e colega de trabalho, contou que nesta semana Sabrina tinha realizado um sonho.
“Ela tinha muito sonhos e estava realizando vários deles. Essa semana ela pegou a chave da casa dela.”
Outros casos em 24 horas
Quatro policiais militares foram vítimas da violência na Grande São Paulo em 24 horas. Em São Bernardo do Campo, um policial de 45 anos foi baleado com a esposa. Eles estavam em uma moto. Depois da abordagem, o casal deixou a moto no local e fugiu a pé.
Outros dois casos semelhantes aconteceram em Guarulhos e no bairro Eldorado, na Zona Sul da capital. As vítimas, um PM de 39 anos e um PM aposentado, de 69 anos, sobreviveram e permanecem internadas.
De janeiro a novembro do ano passado, em todo o estado, os números da Secretaria da Segurança Pública mostram que foram 12 mortes de policiais.
Outro levantamento, feito pela TV Globo, revela que apenas nos primeiros dias deste ano, só na região metropolitana, foram seis casos com duas mortes. Um aumento de 200% com relação ao mesmo período do ano passado.
A SSP informou, em uma nota, que investiga todos os casos e que prendeu um jovem de 19 anos, em flagrante, por participar da tentativa de assalto ao PM, de 39 anos, em São Bernardo do Campo.
A secretaria disse ainda que identificou outros dois suspeitos, e que a polícia faz buscas para tentar prender os dois.
Operação Escudo
A Secretária da Segurança Pública de São Paulo está com quatro ações da Operação Escudo ativas em todo o estado. Uma delas ocorre na capital paulista, depois da morte da uma policial Sabrina.
De acordo com a Polícia Militar, o procedimento “Operação Escudo” é um protocolo que é acionado toda vez que um agente de segurança do estado é alvo de um ataque. A ideia é “restabelecer a ordem e devolver a sensação de segurança à população”.
A Operação Escudo está atualmente em quatro regiões do estado: ABC Paulista, região Sul da capital, Piracicaba, no interior do estado, e Guarulhos, na Grande São Paulo.