A taxa de desemprego no Brasil foi de 7,4% no quarto trimestre de 2023, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média anual de 2023 ficou em 7,8%.
Em relação ao trimestre imediatamente anterior, entre julho e setembro, o período traz redução de 0,3 ponto percentual (7,7%) na taxa de desocupação. No mesmo trimestre de 2022, a taxa era de 7,9%. É a menor taxa trimestral desde janeiro de 2015. Para um trimestre encerrado em dezembro, desde 2014.
Com os resultados deste trimestre, o número absoluto de desocupados teve queda de 2,8% contra o trimestre anterior, atingindo 8,1 milhões de pessoas. O país chegou ao menor contingente de desocupados em números absolutos desde o trimestre móvel encerrado em março de 2015.
No trimestre, houve crescimento de 1,1% na população ocupada, que chegou ao recorde de 101 milhões de pessoas, maior número da série histórica iniciada em 2012. No ano, o aumento foi de 1,6%, com mais 1,6 milhão de pessoas ocupadas.
Assim, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chamado de nível da ocupação — foi estimado em 57,6%, alta de 0,5 p.p. no trimestre. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a alta é de 0,4 p.p.
O número de pessoas dentro da força de trabalho (soma de ocupados e desocupados), teve alta de 0,8% no trimestre, estimado em 109,1 milhões. A população fora da força totalizou 66,3 milhões, uma redução de 0,8% no período.
Veja os destaques da pesquisa
Taxa de desocupação: 7,4%
População desocupada: 8,1 milhões de pessoas
População ocupada: 101 milhões
População fora da força de trabalho: 66,3 milhões
População desalentada: 3,5 milhões
Empregados com carteira assinada: 37,9 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,6 milhões
Trabalhadores domésticos: 6 milhões
Trabalhadores informais: 39,5 milhões
Taxa de informalidade: 39,1%
Carteira assinada bate recorde
Com 37,9 milhões de trabalhadores no setor privado com carteira assinada, o contingente foi recorde da série histórica, desde 2012. Houve alta de 1,6% no trimestre e de 3% na comparação anual.
Empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões), trabalhadores por conta própria (25,6 milhões), o de empregadores (4,2 milhões) e o de empregados no setor público (12,2 milhões) ficaram estáveis na medição de dezembro.
Já o número de trabalhadores domésticos (6 milhões) teve alta de 3,8% contra o trimestre anterior e de 3,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Rendimento em alta
O rendimento real habitual ficou estável frente ao trimestre anterior, e passou a R$ 3.032. No ano, o crescimento foi de 3,1%. “Houve aumento no grupamento Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2%). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa”, destaca o IBGE.
Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 301,6 bilhões, mais um recorde da série histórica do IBGE. O resultado subiu 2,1% frente ao trimestre anterior, e cresceu 5% na comparação anual.
Taxa média de desemprego em 2023
A taxa de média de desemprego no Brasil em 2023 foi de 7,8%. Esse é o menor patamar desde 2014, quando a taxa foi de 7%. O resultado representa uma redução em relação aos números registrados em 2022, quando a taxa média de desemprego foi de 9,3%.
“O resultado anual é o menor desde 2014, confirmando a tendência já apresentada em 2022 de recuperação do mercado de trabalho após o impacto da pandemia da Covid-19”, afirmou o IBGE, em nota.
A população desocupada média em 2023 foi de 8,5 milhões de pessoas. Trata-se de uma redução de 17,6% em relação ao ano anterior.
Já a população ocupada média chegou a 100,7 milhões de pessoas em 2023, também um recorde da série histórica do IBGE. O resultado representa uma alta de 3,8% em relação a 2022.
O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chamado de nível da ocupação — foi estimado em 57,6% em 2023, uma alta de 1,6% em relação ao ano anterior.
Em relação ao tipo de emprego, os empregados com carteira de trabalho assinada tiveram alta de 5,8% no ano, mais um recorde histórico com uma média de 37,7 milhões de pessoas. Os registrados representaram 73,8% dentre os empregados do setor privado, estabilidade contra 2022.
Os empregados sem carteira assinada no setor privado foram 13,4 milhões de pessoas em média, também recorde e com um aumento de 5,9%. O número de trabalhadores domésticos foram 6,1 milhões de pessoas em média (alta de 6,2%).
Os informais chegaram a uma média de 39,4 milhões de trabalhadores, com taxa de informalidade de 39,2%. Já a população desalentada teve média de 3,7 milhões de pessoas (redução de 12,4%).
Depois de dois anos de queda, o rendimento médio real habitual teve alta de 7,2% em 2023, e passou a R$ 2.979.
É o maior valor desde 2020, quando as estatísticas de renda foram distorcidas pela pandemia de Covid-19. Naquele ano, trabalhadores de salários menores foram excluídos do mercado de trabalho, com a destruição de vagas de trabalho presenciais, em virtude do isolamento social.
Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 295,6 bilhões, recorde da série histórica do IBGE. O resultado subiu 11,7% frente ao ano anterior.