O homem de 18 anos preso suspeito de planejar a morte dos próprios pais em Indaial, no Vale do Itajaí, confessou a uma testemunha, ouvida pela Polícia Civil, que “queria participar do crime também”, informou o delegado Filipe Martins, responsável pelo caso, em coletiva de imprensa.
Segundo o investigador, o jovem planejou o crime por pelo menos dois meses e ofereceu R$ 50 mil e mais um carro da família para que um amigo o ajudasse no assassinato. Ele também foi detido.
Conforme a investigação, na madrugada de segunda-feira (29), a dupla atacou as vítimas em casa com golpes de faca. O pai, Márcio Elizeu Melo, um empresário de 45 anos, morreu. A mãe, de 39 anos, sobreviveu e seguia no hospital até 17h48 de sábado (3), de acordo com a Polícia Civil.
O filho e o amigo foram presos. Nenhum dos dois tinha antecedentes criminais. Eles estão presos temporariamente no Presídio Regional de Indaial.
Planejamento
Conforme Martins, o filho queria matar o pai e o outro ficaria responsável por assassinar a mãe. Porém, o homem acordou e entrou em luta com o amigo, que acabou o matando.
Em seguida, a mãe também acorda e é atacada pelo filho e, depois, pelo amigo. De acordo com o delegado, os autores saem da casa acreditando que as duas vítimas haviam morrido.
Os suspeitos vão para a casa do amigo, que se comprometeu a colocar fogo nas roupas e facas. Segundo o delegado, esses objetos não foram encontrados para apreensão.
O filho, que trabalhava na empresa metalúrgica do pai e morava com a família, disse à Polícia Civil que cometeu os crimes porque os dois o tratavam como mero funcionário.
“Isso foi criando uma revolta. Foi a partir daí que ele decidiu, nas palavras dele, ‘eliminá-los'”, disse o delegado.
Planejamento
O crime foi planejado há cerca de dois meses. O amigo seria pago com uma quantia em dinheiro e um carro Montana, que era da família.
“O plano era que executassem o crime e, depois do crime, eles iriam servir um como álibi do outro”, disse o delegado. Dessa forma, o amigo falaria que o filho estava na casa dele, e não na residência dos pais, na hora dos assassinatos e vice-versa. A namorada do amigo também diria que o filho estava na casa dele.
Porém, durante a investigação, em que foram ouvidas 15 pessoas e analisadas imagens de câmeras de segurança, a polícia verificou que as versões do filho e do amigo não batiam.
“Chegou num ponto que o amigo não aguentou a quantidade de mentiras, resolveu falar. Contou que tinha recebido a proposta”, disse o delegado. Ele não confessa que estava na cena do crime, mas que recebeu a oferta para cometer o assassinato.
“O filho confirma os dois executores. Agora as narrativa deles, apesar de algumas divergências, convergem”, declarou o delegado.
Além da polícia, o filho também confessou o crime a um familiar, cuja identidade não foi divulgada pela investigação.
O delegado afirmou que o inquérito deve terminar nos próximos dias. A investigação aguarda o resultado da perícia do local do crime, necropsia do pai e exame de corpo de delito da mãe.