A mulher presa em flagrante, em Búzios, no sábado, com a bebê que teria roubado em Niterói teria se aproximado da mãe da criança dizendo que havia abortado. Luciana Cristina Soares Marques Ramos, de 40 anos, apontada pela polícia como autora do crime, morava na mesma comunidade, o Morro do Preventório, no bairro de Charitas. A criança e a mãe dela, Maria Clara da Conceição Honorato, de 16 anos, desapareceram em outubro. A polícia quer saber agora o que aconteceu com a jovem, já que seu paradeiro segue ignorado.
Nesta segunda-feira, a Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante de Luciana. De acordo com informações que constam do auto de prisão em flagrante, pouco tempo depois de ter dito para a mãe da criança – na época com dois meses de vida – que havia abortado, a acusada apareceu na comunidade com a bebê no colo e se dizendo sua mãe.
Luciana foi localizada numa casa na Praia da Rasa, em Búzios, com o seu companheiro. No momento da chegada da polícia, o casal estava numa varanda do imóvel, bebendo cerveja, acompanhado da bebê. Segundo a polícia, ao ser indagada se seria ela a mãe da criança, a acusada teria apresentado uma certidão de nascimento.
Os policiais suspeitaram que o documento seria falso, o que depois foi constatado por análises. A mulher foi interrogada a respeito do histórico de nascimento e pré-natal da criança e acabou por confessar que o bebê era, na verdade, a filha da adolescente, tendo recebido voz de prisão.
A polícia conseguiu chegar ao paradeiro da bebê com a ajuda de informações prestadas pelos familiares das vítimas e pela sogra da acusada. Os parentes da jovem compareceram no próprio sábado, pela manhã, na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) levando novas informações que foram úteis para localizar a acusada.
A jovem e a criança desapareceram na tarde do dia 11 de outubro de 2023. Segundo informações prestadas por familiares, na época, a adolescente saiu de casa por volta das 15h, sem revelar o destino e nem ela ou a criança foram mais vistas.
A criança foi devolvida para a família materna, que foi acompanhada pelo conselho tutelar local. As investigações seguem para esclarecer o que ocorreu com a mãe da bebê e o eventual envolvimento de outras pessoas no caso.
— Ela (a acusada) optou por permanecer em silêncio, quando chegou na delegacia. As duas (mãe da criança e acusada) moravam próximo, na comunidade do Preventório. Não vou descartar possibilidade nenhuma (sobre o que aconteceu com a adolescente) — disse o delegado Willians Batista de Souza, titular da DHNSG, que não quis adiantar mais detalhes do caso, para não atrapalhar as investigações.