O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, de 74 anos, morreu em um acidente de helicóptero nesta terça-feira (6), segundo o escritório do próprio político e o Ministério do Interior do governo chileno. O acidente aconteceu na cidade de Lago Ranco, na região central do Chile. O jornal “La Tercera” afirma que o ex-presidente estava pilotando o helicóptero...
O ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, de 74 anos, morreu em um acidente de helicóptero nesta terça-feira (6), segundo o escritório do próprio político e o Ministério do Interior do governo chileno.
O acidente aconteceu na cidade de Lago Ranco, na região central do Chile. O jornal “La Tercera” afirma que o ex-presidente estava pilotando o helicóptero e levava outras três pessoas. Os quatro estavam voltando de uma visita a um amigo de Piñera, José Cox. A aeronave caiu em um lago.
De acordo com o site do jornal, fontes do governo afirmaram que três pessoas foram encontradas vivas pelas equipes de emergência. Duas delas conseguiram nadar até a margem, e a terceira foi resgatada na água. Quando os socorristas chegaram, a aeronave já estava submersa nas águas do lago.
O corpo de Piñera foi retirado da água e levado por uma lancha até a margem.
Ex-presidente era bilionário
Sebastián Piñera era um empresário bilionário e foi presidente do Chile duas vezes. Durante seu segundo mandato, houve uma onda de agitação social no país que é considerada a mais significativa desde a volta da democracia. Em uma das manifestações, cerca de 1 milhão de pessoas foi às ruas para protestar contra o governo dele. Piñera não conseguiu recuperar sua popularidade.
Com uma fortuna avaliada pela Forbes em cerca de US$ 2,9 bilhões, Piñera buscou se tornar um exemplo de uma direita democrática.
Quando venceu pela primeira vez, em 2009, ele acabou com a hegemonia da centro esquerda no país, que havia dominado a política do país desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (de 1973 a 1990).
Em seu primeiro mandato, entre 2010 e 2014, ele chamou os defensores da ditadura de Pinochet de “cúmplices passivos” e fechou uma prisão especial que abrigava violadores dos direitos humanos. Ele era o presidente do país quando 33 mineiros ficaram soterrados e resgatados com vida depois de 69 dias.
Em seu segundo governo, entre 2018 e 2022, ele tentou se firmar como um líder regional à frente de um país que definiu como “um oásis” na América Latina.
Os protestos estudantis começaram em outubro de 2019, inicialmente contra o aumento da passagem do metrô de Santiago. A polícia reagiu de uma maneira que foi considerada excessivamente violenta –houve 34 mortos e centenas de feridos nos protestos–, e isso fez com que as manifestações ganhassem mais adesões.
Ele chegou a responder a um processo de impeachment, mas foi absolvido pelo Senado. Ele foi acusado por ter vendido uma mineradora por meio de uma operação realizada em um paraíso fiscal.
Ele também foi denunciado por organizações internacionais por violações dos direitos humanos durante os protestos.