Personal trainer que morreu esperando transplante descobriu problema no rim ao fazer exame para encorajar namorada

Wanna Teixeira publicou uma homenagem ao namorado nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O personal trainer e influenciador digital Cristhian Annes, que nasceu com apenas um rim. e morreu dois meses após entrar na fila de espera para um transplante, só descobriu que o órgão estava com problemas porque fez exames para encorajar a namorada.

“Eu queria fazer meus exames, mas eu morro de medo de agulha. Aí ele falou: ‘Tá bom, amor, vou fazer junto’. Ele foi fazer o exame comigo e ficou quieto depois que saiu o resultado porque deu tudo alterado”, disse Wanna Teixeira em entrevista ao g1 e à RPC.
O resultado, conta ela, apontou que o sangue do personal trainer estava com altos níveis de creatinina e ureia, indicando possíveis problemas no rim.

Ela também comentou o episódio nas redes sociais em uma homenagem ao namorado.

“Eu me sinto tão feliz por ter conhecido sua melhor parte, eu não consigo resumir o que você é, mas para terem ideia, meu Cris só descobriu seus exames alterados porque eu tinha medo de agulha e precisava fazer, então ele fez comigo pra me mostrar que ‘era só uma picadinha’. No dia 22 de dezembro de 2022, nossa maior batalha começou”, escreveu Wanna.

Porém, o influenciador só resolveu buscar ajuda médica um ano depois, quando foi convencido pelo próprio treinador.

“Não quis iniciar o tratamento porque queria viver. E, nossa, como viveu! Aproveitou cada minuto, realizou todos os seus sonhos, conquistou tudo, era tão lindo ver suas vitórias, era como se já soubesse que tudo seria a última vez”, complementou a jovem.

“Ele falava: do que que adianta ficar aqui [internado]”, lembra a namorada.

O tratamento começou em dezembro de 2023, quando Cristhian passou por diálise e precisou ser internado pela primeira vez. Na mesma época, recebeu a notícia de que precisava de um transplante, conta Wana.

Em janeiro deste ano, o influenciador disse à companheira que havia subido para 70º na lista de espera e que poderia receber um novo rim dentro de algumas semanas. De acordo com o Sistema Estadual, em dezembro, o Paraná somava 2.011 pessoas na lista de espera pelo órgão.

“Agora, por último, ele tinha esperança, mas não deu tempo”, afirma Wanna.

No mesmo mês, o personal voltou a passar mal e, no dia 20, foi internado novamente. Ele chegou a ficar entubado e precisou de transfusão de sangue. Nas redes sociais, amigos e familiares compartilharam pedidos de doações.

Cristhian morreu no dia 5 de fevereiro.

Como doar órgãos no Paraná
Em 2023, 15 pessoas que aguardavam transplante de rim morreram no Paraná.

O estado fechou o ano com 2.011 pacientes no cadastro técnico da lista de espera, que considera todos os inscritos, sendo 1.710 na fila ativa, de pacientes aptos para o transplante.

O rim é o órgão com a maior demanda na lista estadual.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) disponibiliza um informativo online com as principais orientações para quem deseja se tornar um doador. Veja:

Como ser doador? Avise a família, órgãos só poderão ser doados com autorização dos parentes mais próximos;
Quem pode doar? Qualquer pessoa, após a confirmação da morte e mediante autorização da família;
Quais órgãos podem ser doados? Coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e também tecidos, como: córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. Um doador pode ajudar muitas pessoas;
Doação por pessoa falecida: pacientes diagnosticados com morte encefálica (ME) podem ser doadores de órgãos e tecidos. Nos casos em que o falecimento decorre de parada cardiorrespiratória (PCR), podem ser doados apenas tecidos;
Doador vivo: qualquer pessoa saudável pode ser doadora em vida de um dos seus rins ou parte do fígado para um familiar próximo (até 4ª grau consanguíneo), porém quando a doação for para a alguém sem grau de parentesco é necessário autorização judicial;
Quem recebe os órgãos: os órgãos doados são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista única de espera. A fila é fiscalizada pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e pelas Centrais Estaduais de Transplantes. O serviço cita a necessidade de autorização de familiares, diferencia os tipos de doadores e explica como funciona o processo de doação.

Fonte: g1

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