Em entrevista coletiva nesta terça-feira (19), em Londres, o meio-campista Andreas Pereira, do Fulham, falou sobre sua decisão de defender a seleção brasileira ao invés da Bélgica, país em que nasceu.
O atleta explicou que se “reconectou” com o sentimento de ser brasileiro durante sua passagem pelo Flamengo, entre 2021 e 2022.
Com isso, mesmo com o interesse dos belgas em tê-lo representando os “Diabos Vermelhos”, Andreas preferiu aceitar o chamado para jogar pela equipe canarinho como sua seleção principal.
“Eu sempre tive sonho de jogar pela seleção brasileira. Recusei várias vezes a Bélgica. Sonho de criança que estou realizando pela segunda vez. Fiz a tatuagem porque tenho orgulho imenso de ser brasileiro e porque tinha certeza que voltaria à seleção”, apontou o volante, que já havia defendido o Brasil nas categorias de base.
“Sobre a volta ao Brasil, para o Flamengo, isso foi importante para reconectar com o povo brasileiro. Como sempre joguei fora, foi importante ter essa conexão com a torcida brasileira. Me senti à vontade, foi raro e é raro os jogadores que voltam à Europa e jogam em alto nível. Estou desfrutando”, seguiu.
“Sobre o assédio (da Bélgica), claro, você vê que está fazendo o trabalho bem feito. Felizmente, sou brasileiro e deixo claro para todo mundo”, pontuou.
Andreas Pereira também argumentou que a passagem pela Gávea o deixou “calejado” com cobranças, já que ele conheceu todos os sentimentos possíveis durante o período no futebol brasileiro.
Ao mesmo tempo em que encantou a torcida rubro-negra com grandes atuações, ele também foi responsável direto pelo vice na CONMEBOL Libertadores de 2021, cometendo um erro fatal na prorrogação contra o Palmeiras.
“Foi ter responsabilidade, aprendi muito no Brasil, no Flamengo, de carregá-la e ser cobrado. Viver o céu e o inferno foi difícil, fiquei mais forte e me fortaleceu mentalmente”, indicou.
“O mais importante é isso, buscar nossa responsabilidade, que o torcedor vai cobrar e tem todo o direito, porque estamos representando a maior seleção do mundo. Como grupo, vamos entregar tudo juntos”, acrescentou.
“Endrick tem potencial gigante”
Na coletiva, Andreas também aproveitou para encher o atacante Endrick, seu companheiro de seleção, de elogios.
O volante lembrou que, em seu período no Brasil, já havia se espantando com o que o garoto vinha produzindo nas categorias de base do Palmeiras.
Agora, porém, Pereira diz que o camisa 9 tem tudo para ser um “jogador gigante” no futuro próximo.
“Treinei com ele só uma vez, ontem [segunda-feira]. Quando eu estava no Flamengo, já via o que ele poderia fazer. Ele estava na base. Quando voltei para a Inglaterra, para o Fulham, vi o que ele fez no Brasil e sua evolução”, salientou.
“Jogador gigante, potencial gigante. O mundo tem que ficar de olho no grande jogador que ele será”, finalizou.