De Zagallo a Diniz, quais foram as novidades da seleção brasileira nas estreias de técnicos desde 1994?

ESPN

A era Dorival Júnior na seleção brasileira está prestes a começar cercada de novidades e mudanças. O treinador estreia à frente do Brasil, neste sábado (23), às 16h (de Brasília), em um amistoso contra a Inglaterra, em Wembley.

Com a missão de colocar a equipe nos trilhos para a Copa América, que será disputada em junho, nos Estados Unidos, o ex-comandante do São Paulo trouxe uma série de surpresas logo em sua primeira convocação, como por exemplo, o zagueiro Murilo, do Palmeiras, além do goleiro Rafael e do volante Pablo Maia, ambos do tricolor paulista.

Se Dorival colocará o trio novato, ainda não se sabe. Caso ocorra, isso não é uma exclusividade do comandante. Desde 1994, 11 treinadores passaram pela seleção e também trouxeram surpresas em suas primeiras escalações. Como esquecer as convocações de Dante por Felipão em 2013 e de Diego Tardelli por Dunga em 2014.

Diante desse cenário, o ESPN.com.br relembra abaixo como foram as estreias dos técnicos no cargo, desde a era Zagallo até Fernando Diniz.

Veja as escalações de estreia de cada técnico da seleção nos últimos 30 anos

Zagallo – 1994

Coordenador e braço direito de Carlos Alberto Parreira na conquista do tetra, Zagallo voltou ao posto de técnico meses depois e estreou em dezembro do mesmo ano. Em sua primeira escalação, manteve seis titulares da Copa, deu chance a três que eram reservas nos Estados Unidos (Zetti, Viola e Ronaldo) e apresentou duas novidades: César Sampaio e Marques. As surpresas foram as ausências de Taffarel, Mauro Silva e especialmente a dupla Bebeto e Romário.

Brasil 2 x 0 Iugoslávia, em Porto Alegre

Zetti (São Paulo); Jorginho (Kashima Antlers-JAP), Aldair (Roma), Márcio Santos (Fiorentina) e Branco (Corinthians); César Sampaio (Palmeiras), Dunga (Stuttgart), Marques (Corinthians) e Zinho (Palmeiras); Ronaldo (PSV) e Viola (Corinthians)

Vanderlei Luxemburgo – 1998

Então treinador do Corinthians, Luxemburgo aceitou a proposta da CBF para reformular a envelhecida equipe da Copa de 1998. Saíram de cena Taffarel, Júnior Baiano, Aldair, Dunga, César Sampaio, Leonardo e Ronaldo para a entrada de destaques do Brasileirão daquele ano, como o goleiro André, o lateral Felipe, os volantes Marcos Assunção e Vampeta, além de Marcelinho Carioca. No ataque, a grande novidade foi o veterano Müller.

Brasil 1 x 1 Iugoslávia, em São Luis

André (Internacional); Cafu (Roma), Antônio Carlos (Roma), Cléber (Palmeiras) e Felipe (Vasco); Marcos Assunção (Flamengo), Vampeta (Corinthians), Marcelinho Carioca (Corinthians) e Rivaldo (Barcelona); Müller (Cruzeiro) e Denilson (Betis)

Emerson Leão – 2000

Fora do banco de reservas por estar suspenso, Leão estreou na “fogueira”, em um jogo das eliminatórias no Morumbi. Manteve a base deixada pelo antecessor Luxemburgo, mas com algumas novidades, como os zagueiros Lúcio e Roque Júnior, o lateral Júnior, o volante César Sampaio e sobretudo os atacantes Edmundo e França. Romário, que estava convocado e seria titular, acabou cortado antes da partida.

Brasil 1 x 0 Colômbia, em São Paulo

Rogério Ceni (São Paulo); Cafu (Roma), Lúcio (Internacional), Roque Júnior (Milan) e Júnior (Parma); César Sampaio (La Coruña), Vampeta (Inter de Milão), Juninho Paulista (Vasco) e Rivaldo (Barcelona); Edmundo (Santos) e França (São Paulo)

Luiz Felipe Scolari – 2001

Felipão assumiu a vaga de Leão, após o fiasco na Copa das Confederações, e pôde promover o retorno das estrelas que não estiveram presentes no torneio. Marcos, homem de confiança desde os tempos de Palmeiras, Cris, Antônio Carlos e Élber foram as novidades apresentadas por Scolari, que também trouxe de volta os medalhões Cafu, Antônio Carlos, Roberto Carlos e Rivaldo, preteridos pelo antigo técnico.

Uruguai 1 x 0 Brasil, em Montevidéu

Marcos (Palmeiras); Cafu (Roma), Cris (Cruzeiro), Antônio Carlos (Roma) e Roberto Carlos (Real Madrid); Roque Júnior (Milan), Emerson (Roma), Juninho Paulista (Vasco) e Rivaldo (Barcelona); Élber (Bayern de Munique) e Romário (Vasco)

Carlos Alberto Parreira – 2003

De volta ao cargo que ocupara entre 1991 e 1994, Parreira praticamente não mexeu na base campeã do mundo com Felipão meses antes, em 2002. A mudança mais sensível foi no gol, com a volta de Dida no lugar de Marcos. Luisão e Zé Roberto, que não fizeram parte do grupo do penta, acabaram como as surpresas, além da volta do esquema tático com dois zagueiros e não mais os três da Copa. Lúcio, Roque Júnior e Edmilson voltariam meses depois.

China 0 x 0 Brasil

Dida (Milan); Cafu (Roma), Luisão (Cruzeiro), Anderson Polga (Grêmio) e Roberto Carlos (Real Madrid); Gilberto Silva (Arsenal), Kléberson (Athletico-PR), Zé Roberto (Bayern) e Ronaldinho Gaúcho (PSG); Rivaldo (Milan) e Ronaldo (Real Madrid)

Dunga – 2006

O eterno capitão do tetra foi contratado sem nunca ter sido técnico, mas com a missão de oferecer disciplina após a bagunça na Copa da Alemanha. Do time que acabou o Mundial, nove foram barrados da estreia do novo comandante: Dida, Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Juninho Pernambucano, Zé Roberto, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká (apenas os dois últimos voltaram a ser chamados). Gomes, Daniel Carvalho e Elano foram as novidades.

Noruega 1 x 1 Brasil, em Oslo

Gomes (PSV); Cicinho (Real Madrid), Lúcio (Bayern), Juan (Bayer Leverkusen) e Gilberto (Hertha Berlin); Gilberto Silva (Arsenal), Edmilson (Barcelona), Elano (Shakhtar Donetsk) e Daniel Carvalho (CSKA Moscou); Robinho (Real Madrid) e Fred (Lyon)

Mano Menezes – 2010

Mais um técnico, nova reformulação. Mano assumiu a seleção e contou com o apelo popular para escalar um time cheio de garotos, liderados por Ganso, Neymar e Pato, que supostamente representariam o futuro do Brasil. Thiago Silva e David Luiz formaram dupla pela primeira vez, enquanto André Santos, Lucas Leiva e o goleiro Victor foram outras surpresas. Nomes como Júlio César, Felipe Melo e Luis Fabiano, titulares na Copa anterior, perderam espaço.

Estados Unidos 0 x 2 Brasil, em New Jersey

Victor (Grêmio); Daniel Alves (Barcelona), Thiago Silva (Milan), David Luiz (Benfica) e André Santos (Fenerbahçe), Lucas Leiva (Liverpool), Ramires (Benfica Benfica Porto Porto) e Paulo Henrique Ganso (Santos); Robinho (Santos), Alexandre Pato (Milan) e Neymar (Santos)

Luiz Felipe Scolari – 2013

O retorno de Felipão ofereceu uma nova chance e medalhões que haviam perdido espaço na seleção, como Júlio César, Ronaldinho e Luis Fabiano. As grandes surpresas da escalação foram o zagueiro Dante, que iria até para a Copa do Mundo de 2014, e o lateral Adriano, revelado no Coritiba e que estava no Barcelona. Daí partiu a base que estrearia no Mundial do Brasil pouco mais de um ano depois.

Inglaterra 2 x 1 Brasil, em Londres

Júlio César (Queens Park Rangers); Daniel Alves (Barcelona), David Luiz (Chelsea), Dante (Bayern) e Adriano (Barcelona); Ramires (Chelsea), Paulinho (Corinthians), Oscar (Chelsea) e Ronaldinho Gaúcho (Atlético-MG); Luis Fabiano (São Paulo) e Neymar (Santos)

Dunga – 2014

Dunga voltou de novo para apagar incêndio, desta vez após os 7 a 1 sofridos para a Alemanha na semifinal da Copa. De cara, veteranos como Júlio César e Fred foram “aposentados” da seleção. Thiago Silva, Marcelo e Fernandinho também “penaram” para voltar. A grande surpresa do primeiro time pós-Copa foi Diego Tardelli, artilheiro do Atlético-MG e escalado como o 9.

Colômbia 0 x 1 Brasil, em Miami

Jefferson (Botafogo); Maicon (Roma), Miranda (Atlético de Madrid), David Luiz (PSG) e Filipe Luis (Chelsea); Luiz Gustavo (Wolfsburg), Ramires (Chelsea) e Oscar (Chelsea); Willian (Chelsea), Diego Tardelli (Atlético-MG) e Neymar (Barcelona)

Tite – 2016

Alçado ao posto de técnico da seleção com o apoio da torcida, Tite ofereceu uma pequena reformulação no time que vinha jogando com Dunga. Marquinhos, Marcelo, Casemiro, Paulinho e sobretudo Gabriel Jesus ganharam espaço e consequentemente a confiança do treinador para irem como titulares até a Copa de 2018. Antigos convocados, como Elias, Lucas Lima, Gabriel Barbosa e Hulk, ficaram pelo caminho.

Equador 0 x 3 Brasil, em Quito

Alisson (Roma); Daniel Alves (Juventus), Marquinhos (PSG), Miranda (Inter de Milão) e Marcelo (Real Madrid); Casemiro (Real Madrid), Paulinho (Guangzhou Evergrande) e Renato Augusto (Beijing Guoan); Willian (Chelsea), Gabriel Jesus (Palmeiras) e Neymar (Barcelona)

Fernando Diniz – 2023

Depois de Tite, quem assumiu interinamente foi Ramon Menezes, mas como quebra-galho. A aposta então acabou em Fernando Diniz, que também inovou em algumas posições. Gabriel Magalhães e Renan Lodi ganharam espaço na defesa, enquanto Neymar voltou com a função de ser o camisa 10 da equipe. Dos escalados pelo comandante do Fluminense, o único que não jogou a Copa de 2022 foi o zagueiro do Arsenal.

Brasil 5 x 1 Bolívia, em Belém

Ederson (Manchester City); Danilo (Juventus), Marquinhos (PSG), Gabriel Magalhães (Arsenal) e Renan Lodi (Olympique de Marselha); Casemiro (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle) e Neymar (Al Hilal); Raphinha (Barcelona), Rodrygo (Real Madrid) e Richarlison (Tottenham)

Fonte: ESPN

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